Leco explica demissão de Ceni
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Após mais de 24 horas depois da demissão de Rogério Ceni, finalmente o presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, se pronunciou
Em entrevista coletiva nesta terça-feira (4) no CT da Barra Funda, Leco assumiu que é mesmo uma anta. Em vez de usar o espaço para se desculpar por inúmeros erros, o mandatário tricolor se isentou de qualquer equívoco e protegeu toda a diretoria sobre o atual momento do clube, e para piorar, jogou toda a culpa no ex-treinador.
“A diretoria não tem nenhuma responsabilidade. A diretoria teve a coragem de contratar Rogério Ceni, sendo uma figura desconhecida e novata no tema específico direção técnica. A diretoria confiou no trabalho. A diretoria deu todas as condições de [o trabalho] ser realizado. Sem esse tipo de detalhamento, esse alcance, essa meta-performance, a diretoria acabou entendendo que era uma trajetória descendente, uma trajetora desairosa para a historia dele e do São Paulo e deveria merecer um enfrentamento. Entre agir e omitir, preferimos agir”, disse Leco.
Leco ainda foi questionado se não sabia que Rogério era inexperiente para a função e em seguida, o repórter perguntou se esses quase sete meses de trabalho não foram pouco para avaliar Ceni como treinador. De forma arrogante e prepotente, Leco respondeu:
“Certamente foi muito pouco tempo, mas se mede por tudo o que está acontecendo nesse tempo, mas não teve resultado e nem perspectiva e nem contentamento da torcida. Resultados precisam satisfazer e o São Paulo não passar por situações de se ajustar aos torneios que participar com situação minimamente favorável”, disse o presidente.
Questionado se a contratação de Ceni foi por finalidade política – afinal o cartola concorreu a reeleição em abril -, Leco negou.
“Isso não corresponde a verdade. Em nenhum momento sequer isso me passou pela cabeça. Quem esteve junto nas tratativas da contratação dele, que não foram poucas e pequenas, sabem que em nenhum momento isso aconteceu. Não precisa disso para justificara minha candidatura a reeleição”, disse.
Ao ser perguntado sobre o pagamento da multa rescisória de R$ 5 milhões prevista no contrato de Rogério Ceni, Leco disse que será necessário fazer um acerto..
“Em relação a multa, será algo de âmbito interno da nossa economia, tratada com todas análises. São Paulo cumprirá tudo a risco, mas haverá ajustes com ele. Ele esteve aqui hoje, não comigo, e nosso relacionamento não será interrompido. Portas não serão fechadas para ele, até porque isso seria impossível. São Paulo e Rogério Ceni se fundem no amor pelo clube”, respondeu Leco antes de falar sobre a demissão de Michael Bale.
“O Bale surpreendeu a todos inclusive o Ceni e não imaginamos isso. Eu sinto frustração por não conseguir alcançar um resultado que eles abraçaram com muito trabalho. Vivemos um momento na Florida, vivemos uma ilusão com a sensação de que aquela conquista nos geraria um caminho vitorioso, mas ao decorrer foi frustante. Ai vem a adaptação da mulher, dos filhos e surpreendeu a todos nós. Não temos nada contra ninguém”, frisou leco.
A série B assusta a diretoria do São Paulo? É uma realidade? O senhor acha que vai lutar contra o rebaixamento ou é algo serie b ou é circunstancial?
“Decididamente é algo apenas circunstancial, mas sem ter a irresponsabilidade de ignorar, é uma perspectiva que outros grandes já passaram e isso não pode nos alcançar. Vamos evitar esse risco de queda. A possibilidade de recuperação existe, mas vamos afastar.
Leco ainda falou sobre a declaração de Vinicius Pinotti, que garantiu Ceni até 2018.
“O Vinícius nada mais fez em ser coerente ao seu profissional. A dinâmica dos acontecimentos fez com que ele saísse, mas não naquele momento, nós evitamos falar qualquer coisa antes de ter decisão tomada” disse antes de responder mais uma boa pergunta.
O senhor e o Pinoti disseram que Ceni estava garantido e uma semana depois o treinador saiu, vocês não temem perderem a força com o elenco?
“Eu acredito que não pela razão de que a avaliação do elenco com a diretoria não se limita a esse fato, mas sim de um todo, um trabalho e conduta. Eu creio que não haja esse sentimento por parte do elenco. Eles sabem com quem estão lidando”, respondeu com a voz embargada.
Na entrevista, o presidente ainda admitiu conversas com Dorival Júnior, favorito para assumir o lugar de Ceni, mas disse que ainda não fechou a contratação.
“Falado já foi, mas nada conclusivo. Houve manifestação recíproca de interesse. Não é algo que se resolve em estalar de dedos. Não temos nada concluído a respeito. Esperamos falar com ele ou outro, porque outras possibilidades existem”, afirmou e seguiu.
“Dorival é um treinador competente, de reconhecida seriedade. Essas são as nossas referências. É qualificado para treinar o São Paulo como fez no Santos, de forma vitoriosa, e em outros grandes clubes do futebol brasileiro”, completou e finalizou a entrevista que durou cerca de 10 minutos.
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