O ex-goleiro, um dos heróis da conquista e ídolo da torcida são-paulina, revelou bastidores de um dos principais títulos da carreira
Neste domingo, o torcedor do São Paulo vai poder rever lances inesquecíveis do título Mundial do clube em 1992, contra o Barcelona, em Tóquio, no Japão. A Band transmitirá a partida às 14h.
O goleiro Zetti, herói também no título da Libertadores, seis meses antes, guarda na memória momentos vividos somente por ele entre as três traves do Estádio Nacional de Tóquio, naquele 13 de dezembro.
“Quando fomos treinar no dia anterior da final, notei que o sol prejudicava muito a visão no horário do jogo. No hotel, vendo o noticiário do futebol americano na televisão, vi que os jogadores usavam uma espécie de tinta abaixo dos olhos. Um intérprete me disse que era para ajudar contra o reflexo por causa do sol”, lembrou o ex-goleiro, de 55 anos. “Não conseguimos encontrar o produto e acabei usando um lápis de olho, emprestado pela filha do Fernando Casal De Rey (diretor do São Paulo), que me ajudou muito durante o jogo. O Pintado também usou. Difícil foi tirar aquilo depois”, falou.
Um dos três goleiros na conquista do tetracampeonato da seleção brasileira em 1994 (Taffarel e Gilmar foram os outros dois), Zetti ainda lembra com respeito do holandês Koeman, líbero do time catalão. “Ele era o cara que liderava o Barcelona. Batia muito bem na bola e estudamos muito sua forma de cobrar faltas. Ele teve uma chance, mas não aproveitou.”
O goleiro também destacou a presença essencial do lateral-esquerdo Ronaldo Luís, que salvou uma bola em cima da linha no último lance da primeira etapa. “Ele foi o meu anjo da guarda. A bola estava entrando, mas ele conseguiu tirar.”
Zetti contou ao Estado que, além da oportunidade de ganhar um título mundial inédito, os jogadores do São Paulo ganharam um incentivo a mais na véspera da decisão. “O pessoal do Barcelona não foi para a entrevista coletiva. Eles não conheciam a gente nem queriam conhecer. Acharam que iriam chegar no Japão dois dias antes e levar a taça para casa.”
Taticamente, Zetti destacou o fato de o time do São Paulo não contar com um centroavante fixo. “O Palhinha armava as jogadas e o resto se revezava na frente. Cafu, Muller, Raí e até o Cerezo apareciam por ali. Era uma característica do Telê (Santana, técnico). Ele gostava que se tivesse criatividade no ataque.”
Foto: Divulgação
Fonte: Terra.com