Pássaro conta como clube fechou um pouco os ouvidos para o que diz o mundo exterior
Gerente de futebol falou como o São Paulo decidiu não se deixar levar pelo mundo exterior
Em entrevista para o LANCE!, Alexandre Pássaro conta como clube fechou um pouco os ouvidos para o que diz o mundo exterior.
A gestão Leco, que ganhou a fama de populista por algumas vezes atender a anseios da arquibancada em momentos de maior pressão, agora toma atitudes como a de confrontar os gritos de “burro” de uma torcida castigada por quase oito anos de fila com uma manifestação pública de apoio a Fernando Diniz.
“No começo do ano, eu e o Raí fizemos uma palestra para todos os funcionários, com o Diniz, e depois para todos os jogadores, dizendo que a gente estava um pouco cansado de tentar sempre fazer com que o São Paulo mudasse de fora para dentro. Lógico que a torcida é o maior bem que a gente tem, mas a gente tem que saber que só vai mudar essa atmosfera com bons resultados. E os bons resultados a gente vai fazer lá dentro. A gente precisa absorver cada vez menos o mundo de fora, porque isso interfere. Quando a gente pensou no vídeo, talvez tenha sido um reflexo disso”, falou.
Essa visão mais desapaixonada vale, por exemplo, para o momento de se desfazer de jogadores. Pássaro crê que seja inevitável ter atletas que não dão certo – o São Paulo tem variados exemplos nos últimos anos -, mas tenta desenvolver maneiras de minimizar o prejuízo financeiro e até convertê-lo em benefício esportivo. Recentemente, o clube conseguiu a prioridade de compra de garotos de Botafogo, Fluminense e Cruzeiro ao emprestar Diego Souza, Hudson e Everton Felipe.
“Mover esses jogadores e ter alguma coisa em troca mostra que aquele ativo, que aos olhos de muita gente parece um ativo podre, não é podre para o mercado. A gente precisa tirar um pouco da nossa paixão pelo São Paulo, da nossa paixão pelo jogo, e lembrar que aquele jogador foi contratado mediante um preço porque ele vale alguma coisa. Não é possível que depois de seis meses, um ano ou dois anos ele não valha absolutamente nada. Se a gente cair na conversa e acreditar que aquele ativo é podre, vamos fazer o que faziam: mandar para Cotia, rescindir… Isso a gente só tem feito com jogador que tenha um comportamento que mereça esse tipo de contrapartida do clube”, ressaltou.
Claro que o ideal seria reduzir ao máximo o número de equívocos nas contratações, algo que, na visão do dirigente, o Tricolor está cada vez mais preparado para fazer.
“Infelizmente os erros em contratação sempre vão ocorrer, seja na terceira divisão ou na Premier League. A nossa tarefa, e acho que a gente evoluiu muito, é evitar esses erros ou diminuir os riscos desses erros. O São Paulo tricampeão brasileiro teve um monte de jogadores que passaram, não deram certo e saíram, mas naquele momento de conquista isso acaba sendo esquecido, diferente do nosso momento“, comentou.
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Fonte: LANCE!