Muricy: “Tem que ter um chato que não se acomoda”

Tricampeão brasileiro consecutivo com o São Paulo em 2006, 2007 e 2008, o ex-técnico Muricy Ramalho explicou o que garantiu o sucesso do Tricolor no período

Em live no Instagram, o ex-treinador do Tricolor disse que o segredo é fazer com que a equipe não se acomode com as conquistas. VALE LEMBRAR QUE Muricy venceu três brasileiros seguidos com o São Paulo.

“Como que você pode repetir o sucesso e os resultados? Só existe uma maneira, que é cobrando um pouco mais da pessoa. O jogador brasileiro tem o problema de se acomodar depois de um grande resultado. E não é só o jogador, a comissão técnica se acomoda, o dirigente se acomoda, todo mundo se acomoda. Então nesse meio tem que ter um chato que não se acomoda. Esse chato, no bom sentido, é o treinador. Quando você tem uma conquista como nós tivemos em 2006, você chega no começo do ano seguinte para se reapresentar e fala ‘nós vamos treinar três vezes por dia’ e os caras já começam a resmungar. Eu sempre fui um bom cobrador de metas, sempre cobrei muito o que foi conversado. Fiz isso porque era nossa vida. O jogador e o treinador vivem de títulos”, disse “Mujica”.

Considerado como um dos maiores treinadores da história do São Paulo, Muricy também elegeu a melhor equipe que comandou enquanto esteve no Tricolor.

“Acho que foi a de 2007. Naquele ano, o time era quase que perfeito. Nós ficamos dez jogos sem tomar um gol. Nosso time era muito forte taticamente, tinha uma maneira de jogar. Dentro dessa parte tática, tínhamos alternativas em que não precisava nem trocar jogador, era só dar um toque em alguém que mudava a parte tática sem mexer nos jogadores. Isso era muito importante, para a segurança do time. Em 2007, ficamos mais de mil minutos sem tomar um gol em um Campeonato Brasileiro, o que não é fácil. Esse time foi campeão quase um mês antes do campeonato acabar, ficamos fazendo churrasco durante um mês enquanto o campeonato rolava”, relembrou.

Por fim, Muricy ainda criticou os rótulos dados aos treinadores brasileiros.

“Quando me pedem para dar a opinião sobre um técnico, eu não quero saber onde ele nasceu, a idade, nada. Quero saber se ele é bom técnico. Nós estamos com essa mania no Brasil de rotular. ‘Esse treinador é paizão, esse é tático, esse é aquilo’. Não, o cara tem que construir uma carreira, não pode ser só ‘aquele ali é novo, esse é velho’. O Jorge Jesus, do Flamengo, tem 65 anos e é um baita técnico”, disse.

Foto: Sérgio Castro

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