“Quando fomos treinar no dia anterior da final, notei que o sol prejudicava muito a visão no horário do jogo. No hotel, vendo o noticiário do futebol americano na televisão, vi que os jogadores usavam uma espécie de tinta abaixo dos olhos. Um intérprete me disse que era para ajudar contra o reflexo por causa do sol”, lembrou o ex-goleiro, de 55 anos. “Não conseguimos encontrar o produto e acabei usando um lápis de olho, emprestado pela filha do Fernando Casal De Rey (diretor do São Paulo), que me ajudou muito durante o jogo. O Pintado também usou. Difícil foi tirar aquilo depois”, falou.
Um dos três goleiros na conquista do tetracampeonato da seleção brasileira em 1994 (Taffarel e Gilmar foram os outros dois), Zetti ainda lembra com respeito do holandês Koeman, líbero do time catalão. “Ele era o cara que liderava o Barcelona. Batia muito bem na bola e estudamos muito sua forma de cobrar faltas. Ele teve uma chance, mas não aproveitou.”
O goleiro também destacou a presença essencial do lateral-esquerdo Ronaldo Luís, que salvou uma bola em cima da linha no último lance da primeira etapa. “Ele foi o meu anjo da guarda. A bola estava entrando, mas ele conseguiu tirar.”
Zetti contou ao Estado que, além da oportunidade de ganhar um título mundial inédito, os jogadores do São Paulo ganharam um incentivo a mais na véspera da decisão. “O pessoal do Barcelona não foi para a entrevista coletiva. Eles não conheciam a gente nem queriam conhecer. Acharam que iriam chegar no Japão dois dias antes e levar a taça para casa.”
Taticamente, Zetti destacou o fato de o time do São Paulo não contar com um centroavante fixo. “O Palhinha armava as jogadas e o resto se revezava na frente. Cafu, Muller, Raí e até o Cerezo apareciam por ali. Era uma característica do Telê (Santana, técnico). Ele gostava que se tivesse criatividade no ataque.”
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Fonte: Terra.com