Principal competição nacional do futebol feminino, a Série A1 do Campeonato Brasileiro começa neste sábado recheada de estrelas. Um ano após a CBF tornar a modalidade obrigatória para os clubes da elite, a competição volta trazendo nomes de Seleção.

É o caso das atacantes Cristiane (Santos) e Duda (São Paulo), da meia Andressinha (Corinthians) e da goleira Bárbara (Kindermann-SC). 

Confira quem reforça e quem deixa as 16 equipes que brigarão pelo título ou mesmo por uma vaga na Libertadores de 2021.

Audax

No último Brasileiro, a equipe chegou às quartas de final da competição, quando foi eliminada pelo Kindermann-SC. Em 2020, estreia com um elenco completamente reformulado em relação ao ano passado: contratou 20 novas jogadoras e não renovou com nenhuma. A equipe é formada em sua maior parte por atletas locais e de pouca idade. As duas mais experientes tem 30 anos, enquanto outras 16 integrantes do grupo tem no máximo 20.

  • Quem chegou: a goleira Michelle; as zagueiras Alessandra Freitas, Julia Ketley, Nicolly Pires, Joiceana e Mayara Francini; as laterais Silmara de Oliveira, Viviana da Silva, Tamires de Oliveira, Katlteen Amaro e Joyce Alves; as volantes Nathalia Reis, Alessandra Brito e Bruna de Almeida; as meias Vitória Cavalcante e Bruna Barros; e as atacantes Maria Eduarda Almeida, Giovana Gomes, Stephanny Miranda e Ana Karolina Aparecida.

Corinthians

Atual vice do Brasileiro, o Corinthians chega para a Série A1 de 2020 com um reforço de peso no elenco. Trata-se da meia Andressinha, que disputou duas Copas do Mundo e uma Olimpíada pelo Brasil.

  • Quem chegou: a lateral Poliana, a meia Andressinha e a atacante Pâmela.
  • Quem saiu: a atacante Millene Fernandes.

Cruzeiro

Sob o comando do técnico Jorge Henrique em 2020, a Raposa manteve uma base do elenco que estava no clube na última temporada. Entre os destaques que permaneceram, está a atacante Micaelly Brasil, que chegou a despontar como uma das candidatas a vaga na seleção feminina para as Olimpíadas de Tóquio.

Para reforçar a equipe, o Cruzeiro trouxe dez atletas – sendo duas com passagem pela seleção brasileira de base, caso da atacante Thamirys e da lateral Thalita.

  • Quem chegou: as goleiras Maryana e Ana Júlia; as zagueiras Mayara e Altamires; as laterais Thalita e Evellyn Tauane; as volantes Camila Ambrozio e Daiane (Godoi); a meia Andressa e a atacante Thamirys.
  • Quem saiu: as goleiras Michelle e Renata; as laterais Isa Leone e Mariana Dantas; as zagueiras Hingredy e Lia; as volantes Karol Dias, Nathalia e Pâmela; a meia Thayane, e as atacantes Paloma Merlo e Aline Rosa.

Ferroviária-SP

Campeã do Brasileiro e vice-campeã da Libertadores, a Ferroviária renovou com dez atletas para 2020. Entre elas, está a goleira Luciana, destaque no time e eleita melhor camisa 1 do Brasileiro e do Campeonato Paulista de 2019.

Por outro lado, perdeu a lateral Rosana, ex-seleção brasileira, para o Palmeiras. Referência no futebol feminino, a equipe estreia na Série A1 de 2020 sob o comando da técnica Tatiele Oliveira, que foi eleita melhor comandante do campeonato no ano passado.

  • Quem chegou: a lateral-esquerda Bruna Natieli; as meias Amanda Brunner (ex-Iranduba), Pati Sochor e Sâmia; a atacante Elisa e a coordenadora de futebol feminino, Carolina Vallim de Melo.
  • Quem saiu: a lateral Rosana e a coordenadora de futebol feminino Ana Lorena Marche, que foi para a Federação Paulista de Futebol.

Flamengo

Campeão carioca no ano passado, o Flamengo estreia no campeonato nacional deste ano sob as mesmas condições em que disputou a última temporada: em parceria com a Marinha do Brasil. Para 2020, no entanto, somente uma contratação partiu do edital promovido pela entidade, caso da meia Jayannne.

  • Quem chegou: a lateral-esquerda Dantas,; a volante Edna Baiana,; as meias Carlinha, Jayanne e Kelly, e as atacantes Annaysa e Michele Carioca.
  • Quem saiu: as zagueiras Day e Andressa Pereira; a lateral Fernanda Palermo; as meias Gaby, Bia Menezes e Sâmia Pryscila, e as atacante Larissa e Dany Helena.

Grêmio

Após conquistar o acesso à Série A1 no ano passado, o time gaúcho inicia a temporada em processo de reformulação devido ao aumento de dificuldade da competição. Foram 14 atletas que tiveram os contratos encerrados no fim do ano passado, entre nomes selecionados pelo clube e jogadoras que decidiram ir para outras equipes. Enquanto outras seis foram contratadas até o momento, além de 17 remanescentes do elenco de 2019.

  • Quem chegou: a goleira Raissa; as laterais Rebeca e Sinara; a zagueira Andressa Pereira; as meias Kika e Jane.
  • Quem saiu: as goleiras Maryana, Renata May e Thais; as zagueiras Bicê Barbosa, Rafa Ancheta e Kethleen; as laterais Gabizinha, Juju e Geovana; as volantes Taba, Thayanne e Thayla; as meias Luíza Farinon e Katrine, e a atacante Andressinha.

Internacional

Após terminar a última temporada na quinta posição da Série A1, depois de cair nas quartas para o Flamengo, o Colorado segue com o técnico Maurício Salgado no comando. Para esta temporada, contratou três reforços, com destaque para a meia Djenifer Becker, que se consolidou como capitã no Iranduba-AM, referência na modalidade.

Além dela, o clube também promoveu ao elenco profissional oito atletas que foram campeãs brasileiras Sub-18 e garantiu a permanência de outras 14 jogadoras.

  • Quem chega: a goleira Kemelli,; a meia Djenifer Becker e a atacante Byanca Brasil. Além das promovidas do Sub-18, que foram a goleira Mayara, as zagueiras Tai e Isa Haas, a lateral Belinha, a volante Julia, a meia Malu Schwaizer e as atacantes Jheniffer e Queila.

Iranduba

Referência no futebol feminino nacional, o Iranduba brigou contra o rebaixamento na Série A1 da última temporada (foi o 10º colocado, três posições acima da degola). Mesmo no Amazonense, perdeu a hegemonia, sendo vice-campeão diante do rival 3B. Em crise financeira, perdeu jogadoras simbólicas no elenco, como a ex-capitã Djenifer Becker, além de Mayara e Elisa. Agora tenta se reestruturar para a temporada de 2020.

  • Quem chega: a goleira Camila (ex-Internacional); as zagueiras Paulinha Gama e Thamires; as laterais Thalita e Thais Prado; as volantes Taba, Gabi e Jaqueline; a meia Suelen, além das atacantes Érica Gomes, Kedma, Andressinha (ex-Grêmio) e Karol.
  • Quem saiu: as laterais Sinara e Giselinha, a volante Djeni (ex-capitã), a meia Amanda Brunner e a atacante Elisa.

Kindermann

Desde o ano passado, quando tornou-se obrigatória a manutenção de equipes femininas por clubes da Série A do Brasileiro masculino, o Kindermann trabalha em parceria com o Avaí (que precisava cumprir com a regra).

Apesar do rebaixamento do Leão da Ilha, o acordo segue em vigor para 2020. Com vaga garantida na Libertadores deste ano, a equipe sonha com o título nacional. E tem, debaixo das traves e na cabeça de área, os pontos fortes do time: a goleira Bárbara, da Seleção Brasileira, e a atacante Letícia Amador, eleita melhor do Brasileiro 2018 quando jogava pelo Rio Preto-SP.

  • Quem chegou: as goleiras Letícia Bussatto e Fernanda; as zagueiras Sara, Karen e Bruna Rechi, a lateral Bárbara Melo; as volantes Larissa, Verônica e Camila; as meias Karina e Bebel, e as atacantes Soraya e Letícia Amador. 

Minas Icesp

A história do clube começou como um projeto social em Brasília, no Distrito Federal. Era uma equipe amadora que aos poucos tem se transformado em profissional. Neste ano, disputa a Série A1 pela segunda vez, após conquistar o acesso em 2018, levantando a taça da Série A2 em sua estreia em um torneio nacional. Para 2020, a equipe manteve a maior parte do elenco da última temporada e inicia o Brasileiro com oito novas contratações.

  • Quem chegou: a goleira Thais Amorim; a lateral Gabi; a volante Bárbara; as meias Luiza Farinon e Katrine da Silva; e as atacantes Steffani, Isadora Amaral e Tchuery Goya, conhecida como Japa.a
  • Quem saiu: a meia Kátia Vasconcelos e a atacante Ellen Nogueira.

Palmeiras

O clube reativou a modalidade no ano passado, quando entrou em vigor a exigência da CBF – através do Licenciamento de Clubes – para que todos os participantes da Série A do Brasileiro tivessem um time de futebol feminino atuante.

A equipe existe em parceria com a prefeitura da cidade de Vinhedo, em São Paulo. No ano passado, o Palmeiras chegou às semifinais da Série A2 e, com isso, conquistou o acesso à Série A1 do Brasileiro. Entre os destaques do elenco para 2020, está a lateral Rosana, ex-Seleção e que jogou a Libertadores de 2019 pela Ferroviária.

  • Quem chega: a goleira Karen; a zagueira argentina Agustina; a lateral Rosana; as meio-campistas Angelina, Ary Borges e Stefany e a atacante Ottilia. Monica, também atacante, retorna após passagem pelo Corinthians na Libertadores.

Ponte Preta

Nesta temporada, a Ponte Preta funcionará de forma diferente em relação ao ano passado, quando trabalhou em parceria com o Rio Preto, também de São Paulo. Na ocasião, terminou em 12º colocado na tabela da Série A1, livrando-se do rebaixamento somente pelo critério de saldo de gols.

Agora, a Macaca terá o futebol feminino organizado pelo próprio clube, em uma parceria com o time amador, Bonfim-SP. Por esse motivo, a diretoria precisou montar um elenco do zero. O clube informou que só confirmará as contratações das atletas que aparecerem no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF. Até o momento, foram 13, a previsão é de que a Ponte chegue a 21 novas atletas para 2020.

  • Quem chegou: a goleira Gabriella Regina; as zagueiras Sthefany Honório e Liliane Ferreira; as laterais Claudia Monique, Ana Carolina, Rachel da Silva; a volante Aline Rayssa; as meias Josyane Barboza e Leticia Aparecida; e as atacantes Maynara Moraes, Dandara Lauriele, Suzane Azevedo e Rebeca Cardoso

Santos

Pioneiro e referência na modalidade, o Santos estreia no Brasileiro com uma equipe reformulada para 2020. Em meio às dispensas, contratou 15 atletas e inicia a temporada com reforços de peso no elenco. Trata-se das atacantes Cristiane, um dos principais nomes da Seleção, e Thaisinha, multicampeã pelo Peixe entre 2009 e 2011. Após cair nas quartas de final para a campeã Ferroviária, no ano passado, o time entra em campo sob o comando do técnico Guilherme Giudice tentando ir mais longe na competição.

  • Quem chegou: as zagueiras Nath Rodrigues, Tayla, Tainara e Day Silva; as laterais Giovanna, Fe Palermo e Fran Bonfanti; as meias Brena, Bia Menezes, Gaby Soares, Erikinha e as atacantes Cristiane, Laryh e Thaisinha.

São José

O clube encerrou a última temporada na oitava posição da tabela da Série A1. Poderia ter ido além, mas acabou eliminado nas quartas de final da competição para o Corinthians. Sob comando do técnico Adilson Galdino, a equipe inicia 2020 com um elenco completamente reformulado. Somente seis jogadoras que estiveram em 2019 permaneceram, enquanto 14 deixaram o clube – algumas após propostas de clubes rivais e outras por opção da comissão técnica. Cenário que fez o São José contratar mais 16 atletas.

  • Quem chegou: a goleira Jessica; as laterais Juju, Raquel Beatriz e Mari Machado; as zagueiras Bruna Amarante, Rayane e Amanda; as volantes Rafa Marques, Thaynara e Fabi Ramos; as meias Rivena, Jhorrayna, e as atacantes Joelma, Mylena Pedroso, Mylena Carioca e Ariel.
  • Quem saiu: as goleiras Bruna e Gabriela; as laterais Tayane e Rafa Martins; as zagueiras Ana Martha, Dulce e Nath Rodrigues; as volantes Lívia e Edna Baiana; as meias Natsumi, Carlinha e Fernanda Marques, e as atacantes Michele Carioca e Milena.

São Paulo

Campeão da Série A2 do Brasileiro, no ano passado, quando conquistou o acesso à Série A1, o São Paulo retomou o futebol feminino no clube no ano em que a modalidade passou a ser obrigatória para as equipes na elite do masculino.

Mesmo com pouco tempo de estrada, desponta com um elenco forte para a competição. No início deste ano, o destaque fica para as contratações das atacantes Gláucia, melhor do Brasileiro 2019, e Duda, que estreou marcando gol pela Seleção em 2020, durante o amistoso contra o México.

  • Quem chegou: a goleira Thais Helena; a zagueira Gislaine; a lateral Dani e as atacantes Kamilla, Ana Caroline, Mylla, Duda e Glaucia (ex-Santos, eleita melhor atacante do Brasileiro 2019).

Vitória

Depois de encerrar a Série A1 do ano passado em 8º lugar, o Rubro-negro baiano estreia em 2020 apostando na base. Mais uma vez sob o comando do técnico Lucas Grillo, que está à frente da equipe desde 2018, o Vitória coloca para jogo uma equipe jovem, baseada no time que disputou o Brasileiro Sub-16 do ano passado, chegando até as semifinais do torneio.

  • Quem chegou: a volante Raiane; as meias Allê Santana, Leslen Guimarães e Iana Veronica; e a atacante Samira Stier.
  • Quem saiu: as zagueiras Tainara (para o Santos) e Anny; a lateral Rute; as meias Milena, Fabiana e Dam, e as atacantes Gadu e Roqueline.

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Transmissões

Reforçando sempre o compromisso com o torcedor brasileiro e o futebol feminino, a CBF terá mais um canal de transmissões para a A-1 e com uma novidade. A partir deste ano, todos os jogos da temporada terão transmissão ao vivo.

A Band e o Twitter detém os direitos de transmissão e a prioridade de escolha das partidas. Os demais jogos da rodada terão transmissão exclusiva no site da CBF em parceria com o Mycujoo.

Os campeões

Atual campeã do Brasileiro Feminino, a Ferroviária é o único clube com dois títulos da competição, um conquistado em 2014 e o outro em 2019. Em sete edições disputadas, os outros vencedores foram Centro Olímpico-SP (2013), Rio Preto-SP (2015), Flamengo (2016), Santos (2017) e Corinthians (2018).

Artilharia afiada

A grande artilheira do Brasileirão de 2019 foi Millene, eleita craque da competição e melhor atacante. A jogadora do Corinthians marcou 19 gols. Em seguida, Glaucia fez 14 gols pelo Santos, enquanto Larissa anotou 11 vezes vestindo a camisa do Flamengo. Completando a lista de maiores artilheiras do torneio, Raíza, do Flamengo, e Gabi Nunes, do Corinthians, fizeram 9 gols cada.

Sistema de disputa

O Brasileirão ganhou novos moldes para o ano de 2019. Antes, os 16 clubes eram divididos em dois grupos de oito cada. Agora, todas as equipes integram uma mesma chave. Os oito melhores colocados se classificam à segunda fase, quando serão disputadas em formato de mata-mata, iniciando pela quartas de final. A partir dessa etapa, os classificados serão definidos em jogos de ida e volta.

Mandos de campo

Os times com melhor classificação na última temporada tem o direito de disputar mais partidas em casa, sendo oito em casa e sete fora. Na terceira e quarta fases (semifinal e final) do Brasileiro, a definição dos mandos de campo dos duelos de volta atende a três critérios: maior número de pontos ganhos em toda a competição (soma das fases); maior número de vitórias em toda a competição (soma das fases) e maior saldo de gols em toda a competição (soma das fases). Se mesmo após todos os critérios, os clubes permanecerem empatados, o mando será definido através de sorteio.

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