Orlando Ribeiro diz que sua demissão foi frustrante
Antecessor de Alex no time sub-20 do São Paulo, Orlando Ribeiro diz como foi demissão do São Paulo e revela planos de treinar times profissionais
Campeão da Copa São Paulo de 2019, Orlando Ribeiro ficou frustrado com a demissão do cargo de treinador da equipe sub-20 do São Paulo, em fevereiro de 2021.
Em entrevista, o técnico afirmou que a saída repentina após 11 anos de clube o pegou de surpresa, pois acreditava poder trabalhar com a equipe principal em breve.
“Ficava me perguntando se tinha errado em alguma coisa. Na minha opinião, minha saída foi tranquila, frustrante e hoje é desafiadora. Fui chamado na sala do Marcos Biasotto [diretor-executivo da base], que me comunicou da decisão da diretoria. Eu perguntei se tinha feito alguma coisa, mas ele me disse que eles só quiseram uma mudança. Por isso, fiquei mais tranquilo porque é um direito que o São Paulo tem. Foi frustrante porque tenho 43 anos de futebol. Tinha o objetivo de trabalhar com o profissional e as coisas estavam acontecendo. Consegui vários títulos, fiz todas as licenças da CBF e ajudei na formação dos meninos. Eu tinha muita vivência para passar no futebol. Eles acharam melhor eu fiquei tranquilo porque fiz o meu melhor”, disse Orlando.
O ex-treinador gostaria de ter feito uma transição para o time principal dentro do próprio São Paulo.
“Eu precisaria de uma transição para chegar ao profissional, assim como os atletas da base. Eu acredito que poderia ter ajudado ao Vizolli no profissional. Mas o Biasotto me disse que não gostaria de desguarnecer o sub-20. Mas após uma semana fui chamado e dispensado. Por isso foi frustrante, mas não guardo mágoa”.
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Com todas as licenças exigidas pela CBF para ser técnico de equipes principais, Orlando pretende seguir sua carreira para outro direcionamento.
“Minha primeira ideia é continuar minha carreira como treinador de uma equipe profissional e o segundo plano é assumir um time sub-20 que tenha as mesmas características do São Paulo: formação de jogadores para equipe profissional. Abaixo dessa categoria não está nos meus planos”, disse.
Ex-jogador de futebol, Orlando começou como estagiário do São Paulo em junho de 2009 antes de virar avaliador e captador da base no ano seguinte. Depois, ele foi treinador dos times sub-15 e sub-17 antes de assumir o sub-20, em 2018.
Na base de Cotia, o treinador trabalhou com nomes como Lucas Fernandes, Luan, Éder Militão, Jonas Toró, Sara, Igor Gomes, Wellington, Tuta, Brenner, Antony e David Neres. “Luan morava no Morro Doce e tinha uma situação difícil para conseguir se firmar no São Paulo porque o CT eram Cotia. Militão era um cara muito tranquilo e um pouco tímido. É um pouco desligado, mas é fácil de trabalhar.
Pelo São Paulo, Orlando faturou muitos títulos (Paulista sub-17, Copa BH (sub-17), Copa do Brasil sub-20 e Copa São Paulo).
Dentre as conquistas, a mais lembrada é a Copa São Paulo contra o Vasco, em 2019. Após abrir 2 a 0, o time tricolor levou o empate, mas venceu o rival na disputa por pênaltis e levantou a taça.
“A Copinha foi bem marcante, mas tivemos muitas dificuldades. Perdemos o Sara no começo da Copinha. O Gabriel Novaes foi o artilheiro e tivemos o Antony como um dos destaques. Na final vencemos o Vasco com dificuldades. Nós jogávamos de forma muito ofensiva, com três atacantes e um meia. Choveu demais naquele dia e os meninos vinham de uma sequência muito pesada de jogos e não tínhamos um grupo tão grande para revezar”, recordou.
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Orlando acredita que muitos clubes do Brasil ainda têm problemas na transição dos garotos da base para o profissional.
“Os clubes precisam entender a hora certa para isso. Às vezes, o jogador se destaca mais descendo para disputar a Copa São Paulo do que apenas treinando no profissional. O Tuta e o Antony foram exemplos disso. Os jogadores e o treinadores precisam estar prontos para as oportunidades. Se vai ser o protagonista e conduzir a títulos, só estando lá”.
Foto: Igor Amorim / saopaulofc.net