Nostalgia Tricolor: Libertadores 1992
Há 23 anos atrás a América conhecia uma equipe imbatível do Tricolor, que viria a reconquista-la outras vezes, mas a primeira vez o Tricolor nunca esquece…
São Paulo (SP). 17 de junho de 1992. 21h00.
Estádio Cícero Pompeu de Toledo.
Eram mais de 105 mil torcedores no Morumbi, final de Libertadores, e o Tricolor que buscava pela primeira vez a conquista da Taça Libertadores precisou suar muito a camisa, demonstrar muita garra e persistência no gramado para vencer os argentinos do Newell’s Old Boys.
O São Paulo estava em desvantagem da primeira partida disputada na casa dos hermanos, naquela ocasião perdemos o jogo por 1xO, mas aquela tão sonhada taça ficaria no Morumbi!
O Tricolor viu a oportunidade de ganhar a América passar por perto muito antes desse elenco de ouro formado pelo ilustre Técnico Telê Santana, em 1974 perdemos para outro argentino – desta vez o supercampeão Independiente, que até hoje é o time que possui mais conquistas da Libertadores, a maioria delas na década de 70 (7 títulos no total).
Mas desta vez, o Tricolor vinha embalado do campeonato brasileiro vencido no ano anterior e tinha um elenco vitorioso e repleto de craques que marcaram a história do clube por grandes vitórias!
São Paulo escalado com: Zetti; Cafu, Antônio Carlos, Ronaldão e Ivan; Adílson, Pintado e Raí; Palhinha, Müller e Elivélton. Telê Santana é o técnico.
A esperança de gols do São Paulo vinha dos pés de Raí, Muller e Palhinha, mas não se esperava um jogo fácil, afinal é final de Taça Libertadores da América!
O jogo começa com pressão Tricolor sobre os argentinos, logo aos 11 minutos Cafu toca para Palinha que chuta de primeira e pega o goleiro desprevenido, mas a bola sai raspando o travessão do argentino.
Logo após, Antônio Carlos inicia uma bela jogada no meio campo puxando o Tricolor para o ataque e deixa a bola para Muller que lança Raí, e com extrema categoria lança a bola por cima dos zagueiros quando o zagueiro Antônio Carlos entra na área e domina com a mão, já encobrindo o goleiro mas a zaga afasta a bola, porém o arbitro já marcava o toque de mão do jogador tricolor.
Tudo indicava que o gol sairia logo, mas os argentinos estavam ligados no jogo, e aos 22 minutos após uma reposição de bola errada do goleiro Zetti, o atacante Zamora domina a bola e sai cara a cara com o arqueiro do São Paulo e felizmente acerta a trave. Um gol naquele momento poderia acabar com o sonho do título.
O Tricolor arriscava muitos chutes perigosos, mas a bola teimava em não entrar. Aos 29 minutos em jogada de Adilson que toca para Palhinha acertar o travessão do Newell’s.
No segundo tempo a novidade era Macedo, no lugar de Muller. O Morumbi empurrava o tricolor, até que aos 20 minutos Cafu cruza, Palhinha ajeita, Macedo recebe e é derrubado na área. Penalti para o São Paulo! A torcida comemorava como se fosse um gol, eram mais de 100 mil torcedores apoiando Raí naquela cobrança.
Com grande categoria o camisa 10 chuta no canto esquerdo rasteiro e abre o placar para o São Paulo!
O jogo ainda teve oportunidades para ambos os lados, mas a rede não balançou até o apito final.
Por determinação da Conmebol, caso a partida terminasse empatada (1X0 – Newell’s primeiro jogo e 1×0 São Paulo segundo jogo), a decisão seria em penaltis.
A torcida já ocupava todos os entornos do gramado para acompanhar as penalidades.
O Mestre Telê Santana escolheu os batedores na seguinte ordem: Raí, Ivan, Ronaldão, Cafu e Palhinha e as cobranças se definiram da seguinte forma (Primeiro o Newell’s batia e o São Paulo defendia):
- NEWELL’S – Berizzo. Corre pra bola e com de perna esquerda chuta. Zetti cai para a direita e a bola toma o sentido contrário, mas acerta a trave!
- SÃO PAULO -Raí. Com categoria, chuta com a perna direita a meia altura. O goleiro Scoponi cai para o canto certo, o direito, mas não alcança a bola. Gol do São Paulo, 1 a 0.
- NEWELL’S – Zamora. De direita e a meia altura, Zamora desloca Zetti que cai à esquerda. Gol do Newell’s, 1 a 1.
- SÃO PAULO – Ivan. O lateral chuta com a esquerda e com classe, no centro do gol e rasteiro, Scoponi caira para a esquerda. Gol do São Paulo, 2 a 1.
- NEWELL’S – Llop bate com a perna direita alto e forte, sem chance de defesas para Zetti, que desaba. Gol do Newell’s, 2 a 2.
- SÃO PAULO – Ronaldão. O zagueiro são-paulino bate de canhota ao centro do gol. Scoponi pouco precisou de mexer para defender. Segue empatado, 2 a 2.
- NEWELL’S – Mendoza. O canhoto bate alto e forte, muito forte, a bola passa muito alto, pra fora. O Newell’s perde outro pênalti, 2 a 2.
- SÃO PAULO – Cafu. O são-paulino bate de direita a esquerda do goleiro, que cai para o canto certo. A bola bate na trave e entra! Gol do São Paulo, 3 a 2. Caso o Newell’s desperdice a próxima cobrança, Pintado nem precisará bater a última cobrança do Tricolor, pois o título ja estará decidido e a taça ficará no Morumbi!
- NEWELL’S – Gamboa. O capitão do time argentino baté com o pé direito a baixa altura no canto esquerdo de Zetti, que espalma a bola para fora. Zetti voa no canto e garante a conquista!
O SÃO PAULO É CAMPEÃO DA COPA LIBERTADORES DA AMÉRICA DE 1992!
Nunca se tinha visto festa igual pela torcida Tricolor, os jogadores choravam de emoção pela conquista, a torcida invadiu o gramado que ficou totalmente tomado pelos torcedores.
A festa foi tão grande que os torcedores levaram as traves, as redes dos gols, pedaços do gramado, terra e até mesmo um dos bancos de reserva do estádio.
O São Paulo conquistava este título pela primeira vez, e até hoje é apaixonado por esta competição que em sua primeira conquista despertou inúmeras emoções aos jogadores e torcedores pelo Brasil afora.
Assista ao jogo completo:
Confira o caminho à conquista da América:
Artilharia:
-Palhinha – 7 gols
-Raí – 3 gols
-Müller – 2 gols
-Elivélton – 2 gols
-Antônio Carlos – 2 gols
-Macedo – 2 gols
-Ronaldão – 1 gol
-Rinaldo – 1 gol