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Veja hoje mais uma partida que ainda está marcada na memória de todos os são-paulinos

O fato discorre em 1992, São Paulo x Barcelona-ESP. Sim, estamos falando daquele jogo épico no Estádio Nacional de Tóquio em que o São Paulo venceu por 2 x 1 um dos novos maiores rivais daquela época e da atualidade, se consagrando campeão do Mundial Interclubes pela primeira vez.

É bom recordar de uma época diferente de hoje, em que muitos correm por causa de um único objetivo. Sim, claro, estamos falando de dinheiro.

Lá tinha coração, tínhamos o futuro M1TO escalado na reserva, então ninguém mais do que ele entende o sentimento de ser um tricolor, Soberano e campeão mundial.

Quando eu penso que Rogério Ceni estava ali, eu entendo as colocações sempre muito bem feitas pelo M1TO nos dias atuais e acredito que você também.

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Voltando ao dia, foi espetacular estar com a família de tricolores um ao lado do outro, eu ainda com meus 12 anos ver os olhos de meu pai e de meus irmãos brilharem na sala.

Primeiro foi um momento de apreensão com o gol do Barça no ângulo do nosso melhor goleiro da história do tricolor embaixo dos postes. Vocês podem falar: “O M1TO é mais completo, faz gol e defende.” Mas o Zetti, amigo…

Quem viu Zetti contra a Universidad Católica-CHI sabe o quanto ele é referência debaixo das três traves. Goleiro campeão da Copa do Mundo de 1994, Bicampeão Mundial… quer mais o quê? Mas essa é uma historia para depois.

Voltando ao que interessa, após isso o São Paulo dominou aquele primeiro tempo. Uma bomba de Cafu pra cima de Zubizarreta que, por sinal, era um ótimo goleiro. Ronaldo Luiz manda um cruzamento quase olímpico que tinha endereço certo, porém mais uma vez aparece Zubizarreta.

Para delírio daqueles quatro tricolores no sofá, Muller pega na bola pela esquerda, dá um giro e cruza. De barriga, colega, como ninguém imagina, vem Raí, “O Terror do Morumbi”, fazer o seu gol antológico. Para ficar eternizado nos nossos corações.

Olho para meu pai, vejo aquele sorriso que até hoje não me deixa esquecer de como é bom torcer para o tricolor paulista. Vejo a alegria dos meus irmãos e explodo junto com eles, É GOL! A rede balança e o coração vai a mil.

Agradeço ao Muller e ao Raí por este momento. Todos os são-paulinos sabem exatamente o lugar em que estavam naquele dia. Relembre. Recordar é viver!

Muller, com um passe de ninguém mais ninguém menos que Toninho Cerezo, quase faz mais um por cima do goleirão do Barça e a bola é tirada em cima da linha. Os corações a mil dos tricolores apreensivos na sala.

É claro que, se o defensor deles tiram em cima da linha, tinha o nosso Ronaldo Luiz, que tirou em cima da linha o que poderia resultar em um outro desfecho para o tricolor. Mas não tinha jeito, o dia era nosso.

A partir daí, meus amigos, Zubizarreta foi o nome do jogo. Bombardeio do tricolor por todos os lados e ele fechando o gol. A vida não é fácil, tricolor! Olhos apreensivos, mãos suando, aos 12 anos era muita coisa pra mim. Mas quando eu via o olhar de meu pai confiante, sabia que teríamos coisa boa no fim.

Então aconteceu aquela falta que não sai da minha cabeça. Que não sai de alguns sonhos que tenho e, quando acordo, sei que aconteceu de verdade. Me lembro como é bom ser são paulino e ver aquela bola caindo no ângulo esquerdo, com Raí correndo para os braços de nosso maior mestre Telê Santana.

A partir dai é somente festa. O tricolor administra o resultado e levanta o caneco mais invejado até hoje pelos nossos rivais.

Pep Guardiola sabe do que o tricolor é capaz e sabe o quanto foi importante aquele título. O melhor foi a festa que fizemos na Paulista, a recepção do tricolor. E o melhor mesmo foi o prazer de ver o velho sorrindo como ele nunca sorriu mais!

Está bem guardado, assim como esse título, um dos momentos mais felizes e raros da minha vida. Obrigado São Paulo Futebol Clube, obrigado Soberano por me lembrar como é ser são-paulino!

Ficha técnica do jogo

São Paulo 2 x 1 Barcelona

Data: 13/12/92

Local: Estádio Nacional de Tóquio

Árbitro: Juan Carlos Loustau (ARG)

Público: 60 mil pagantes

São Paulo: Zetti, Vitor, Adílson, Ronaldão e Ronaldo Luis; Toninho Cerezo (Dinho), Pintado e Raí; Cafu, Palhinha e Muller.

Técnico: Telê Santana

Barcelona: Zubizarreta, Ferrer, Koeman, Guardiola e Euzébio; Bakero (Goicoechéa), Amor, Witschge e Beguiristiain (Nadal); Stoichkov e Laudrup.

Técnico: Johann Cruyff

Gols: Stoichkov aos 11min do primeiro tempo e Raí aos 27min do primeiro e aos 34 minutos do segundo tempo.

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