Mais um vexame: o São Paulo de Diniz não cansa de humilhar o torcedor

Diniz não é mais o técnico do São Paulo

Após mais uma noite de futebol tenebroso, o São Paulo sofre uma de suas maiores derrotas no Morumbi e vê a liderança escapar para o rival

O dia 20 de janeiro pode ser cravado na história como o dia em que o São Paulo sofreu a sua pior derrota em casa. Diante de um estádio sem torcida, em decorrência da pandemia do coronavírus, o time de Fernando Diniz entrou em campo sabendo que aquela era uma partida chave e encarada como uma decisão de campeonato. Talvez, por esse motivo, o time tenha jogado do jeito que se apresentou: como em todas as outras decisões ao longo da temporada, o São Paulo se mostrou um time apático e sem a menor condição de ocupar o posto de candidato a qualquer título.

Não é demais lembrar que o time, sob a batuta de Diniz, sofreu humilhações inacreditáveis ao longo de 2020. Foi eliminado pelo Mirassol em casa, foi o único time na história a perder e a tomar gols do Binacional, não se classificou para as oitavas da Libertadores, acabou eliminado na Sulamericana na primeira fase por um time que não jogava a sete meses e sofreu uma eliminação para o Grêmio sem sequer fazer gols. Exceção feita aos jogos contra o Flamengo, quando o time precisou decidir o seu destino, foi humilhado. E nessa quarta não foi diferente.

O Internacional, histórico rival de duas eliminações doloridas nas Libertadores de 2006 e 2010, veio a campo com um futebol bem definido e jogando nos erros do São Paulo. Tão logo atacou, chegou rapidamente aos dois primeiros gols. O São Paulo era presa fácil nas mãos do time de Abel, que pecou pelo preciosismo e só não saiu com um placar melhor do primeiro tempo por displicência de seus atacantes. Como o futebol é injusto, o Tricolor ainda conseguiu marcar um gol com Luciano, de cabeça. E foi o único lampejo no primeiro tempo; Mais uma vez, o time apresentava uma posse de bola maior que a do adversário, mas não criava nenhum perigo que assustasse.

O segundo tempo foi um show de horrores. Até que o São Paulo iniciou bem a partida, mas Vítor Bueno, em mais uma saída de bola lamentável, acabou cedendo o contra-ataque fulminante que resultou no terceiro do Inter. Dali para o quarto e o quinto não demorou muito. Por sorte, nenhum torcedor tricolor pagou ingresso para ver aquela cena lamentável dos últimos jogos se repetir: um time perdido, sem a menor noção do que fazer com a bola em campo, parecia mais uma equipe lutando contra o rebaixamento do que pelo título.

Fernando Diniz perdeu o controle sobre a equipe. Já não apresenta nenhuma novidade que não seja conhecida pelos adversários, que pressionam a saída de bola do São Paulo e acabam sempre saindo na frente do placar. O futebol manjado, com toques desnecessários e repetitivos de lado, valorizando uma posse de bola sem efetividade, é um enorme sofrimento para quem assiste e para quem gosta de futebol de verdade. Infelizmente, o ciclo de Diniz já se esgotou no clube. Só não enxerga quem não quer.

ERROS EVIDENTES

Desde que assumiu o cargo, Fernando Diniz se comprometeu a fazer a equipe girar em torno da sua estrela, o camisa 10 Daniel Alves. Apesar dos péssimos resultados com as seguidas eliminações, o esquema chegou a dar certo em determinado momento e o São Paulo chegou a passar um bom período sem derrotas no campeonato. Porém, é evidente que Daniel Alves não é um meia. Jogando na posição, ele não agrega mais do que um Igor Gomes ou um Gabriel Sara, que são mais em conta, pratas da casa e não custam os milhões que o time para para Daniel.

Sacrificando um meia para improvisar Daniel Alves, o São Paulo perde muito do poder ofensivo. É um time que pouco cria, depende muito de noites inspiradas de seus atacantes e não apresenta nenhuma surpresa para seus adversários. Daniel é lateral-direito, mas parece ter poderes suficientes para não apenas determinar onde jogar, mas também de jamais ser substituído ou ir para o banco de reservas. Refém de um jogador assim, o São Paulo acaba se prejudicando e morrendo na mesmice dos toques manjados que são de uma produtividade pífia.

CULPADOS

A fase do São Paulo é terrível e os culpados podem ser claramente apontados. Primeiramente, o técnico. Fernando Diniz nunca conquistou nada em nenhum lugar. Tendo ganhado carta branca para assumir o São Paulo, conduziu a equipe a vexames históricos e não tem a menor condição de seguir como treinador da equipe para o restante do ano. Além dele, é nítido que Daniel Alves já não se mostra com um rendimento que justifique o seu investimento. Pela metade da metade do seu valor mensal, o São Paulo teria com certeza algum jogador muito bom, produtivo e de grupo, que seja meia de fato. Até mesmo na base – cuja boa opção, Rodrigo Nestor, pouco pôde mostrar até agora.

Agora é torcer para o time, de alguma forma, superar essa goleada humilhante e poder terminar a temporada com alguma dignidade. O que parece ser muito difícil, dadas as circunstâncias atuais.

SITUAÇÃO NO CAMPEONATO

Com 57 pontos, o São Paulo agora não mais depende de si para ser campeão. Com confrontos com o Palmeiras, o Flamengo e o Grêmio, a situação realmente ficou bastante complicada e apenas uma sequência inacreditável pode devolver as esperanças de um título após um longo jejum ao Tricolor.

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