Coletiva de Daniel Alves é parte do groselhismo que inundou o futebol

Desde que os clubes adotaram as coletivas de imprensa como meio de comunicação, as falas dos interlocutores da bola – com raríssimas exceções – tornaram-se palestras de verdadeiras groselhas.

Para quem ainda não sabe, o termo groselha se dá porque com apenas algumas gotas do líquido pode-se fazer uma jarra com litros do suco. As palavras de Daniel Alves foram pura groselha.

O que está em jogo, literalmente e metaforicamente, é a recuperação do São Paulo no Brasileirão. Um time que estava com sete pontos de vantagem e que fez com que aquilo que era sólido e matematicamente verdadeiro, tornar-se ar e perder-se no mundo das estatísticas e das probabilidades.

O que deveria ser apresentado seria uma explicação para tamanha queda de desempenho. Mas, o que se apresentou, nem a grande massa, completamente ignara, que constitui a imensa maioria daqueles que acompanham futebol engoliram as palavras de Daniel Alves. Mesmo para a imprensa, teoricamente mais versada, então, ressoou como a leitura de um horóscopo motivacional.

Do campo metafísico para o campo real, fato é que a única verdade concreta será o que o São Paulo apresentará amanhã, às 19 horas, no Morumbi, quando iniciar a partida contra o Coritiba, com as opções de vencer ou vencer para se manter vivo no torneio até então o mais ganho da história recente do Tricolor.

Em um país em que somente 8% da população têm alcance para compreender o que leem ou veem, nesse simplismo de séculos, não tenha dúvida que qualquer narrativa, que é volátil à cada rodada, será com base naquilo que se verá em campo e, sobretudo, no placar.

Será que Daniel Alves e os jogadores já assistiram esse depoimento de Muricy, agora diretor do SPFC?