A melhor fase do futebol que eu vi, foi entre os anos 70 e 80. Os jogos eram cheios de lances memoráveis. Os principais times contavam com elencos espetaculares, com craques que valiam cada centavo do ingresso. As partidas eram verdadeiros shows, com jogadas de arrepiar e dribles desconcertantes.

O Tricolor, na época, tinha um plantel que era luxo só e uma dupla de ataque de tirar o fôlego: Serginho Chulapa e Zé Sérgio. O Serginho ficava lá na área, incomodando os zagueiros com seus 1,94m, eperando Zé Sérgio mandar os ingredientes para ele fazer o que mais sabia: Gols. Muitos gols! Foram 250 com a camisa do São Paulo. O maior artilheiro do Mais Querido. Grande parte destes gols teve a participação dele, Zé Sérgio, o dono do triângulo esquerdo do gramado. Naquele canto ele mandava e encantava. Vale aqui um adendo. O melhor ponta do mundo foi Garrincha, disso não há dúvidas. Mas o melhor que eu vi jogar, foi Zé Sérgio. O cara pegava a pelota na intermediária adversária e levava todo mundo que tentasse impedí-lo. Trabalhava rente a linha lateral. Ocupava um metro do gramado (os outros 67 ficavam livres para os demais jogadores). Com a bola dominada, safava-se dos marcadores com graça e habilidade. Dificilmente era derrubado. Escapulia facilmente das faltas e quando chegava à linha de fundo, “ah! a linha de fundo”. Aí era a apoteose. Driblava, gingava, entortava para um lado, entortava para outro, zagueiros aturdidos, então ele completava a exibição e colocava, certeira, a bola na cabeça de Serginho, que estava na área, com as mãos na cintura, só esperando. Gol!

Cada vez que o recebia a bola, era meio gol. A outra metade ficava por conta de Serginho. Algumas vezes ele mudava os ingredientes: driblava todo mundo e cruzava na entrada da área, onde Serginho aguardava o presente. Todo desengonçado, magrelo e alto, desmantelava a defesa inimiga e chutava sem dó. Pronto! Mais um gol. Os chutes do Serginho, eram verdadeiras tijoladas deferidas por um pezinho tamanho 44 (daí o apelido de “Chulapa“, dado pelo narrador espotivo Sílvio Luiz). Fantástico! Que saudade!

Hoje não existem mais pontas nem dribladores. Nossos jogadores, quando estão frente a frente com o adversário, não sabem o que fazer. Balançam para lá e para cá e chutam a coitada da bola no meio do oponente. Talvez imaginando que a pelota irá materializar-se do outro lado do corpo do incauto. Muito triste!

Foto: Arquivos Internet

Fonte: J. A. Leonardo

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