Raí terá carta branca para gerir o clube
Em sua apresentação como novo diretor de futebol do Tricolor, o ídolo são-paulino disse que terá carta branca para trabalhar no clube
Na tarde desta sexta-feira, Rái foi apresentado como o novo diretor de futebol do clube. Durante a entrevista coletiva, o ex-jogador do Tricolor disse que Leco deu carta branca para ele trabalhar no clube e disse que vai conversar com o treinador Dorival Júnior para definir as prioridades para o planejamento de 2018.
Veja a entrevista como foi:
O RISCO DE MANCHAR A SUA IMAGEM NO SÃO PAULO
“Tenho 52 anos, independência para tomar minha decisão. Sei dos riscos, da repercussão, mas estou confiante. Mas todas as iniciativas que tomei aqui teve riscos, sempre são novos desafios. Decidi encarar, sei dos riscos, mas aqui o que vai mais importar é o São Paulo. Sei da minha capacidade e de tudo que posso agregar para que o clube seja vitorioso”.
CARTA BRANCA NO CLUBE?
“A carta branca foi dada, obviamente que estou chegando, mas conheço muita gente aqui dentro, a estrutura de funcionamento. Algumas coisas mudaram, mas é entrar de cabeça no clube, conhecer tudo o que tem hoje. Mas a carta branca foi dada como executivo principal do futebol. Já tem um trabalho em andamento, logicamente que nesse período vou me apoiar em gente que está aqui dentro. Depois colocando em prática minhas ideias”.
REFORÇO E AS NEGOCIAÇÕES EM ANDAMENTO
“Não tem promessa. Fui anunciado ontem, promessa é de muito trabalho e dedicação. Colocar minha experiência, conhecimento e carisma a serviço do São Paulo para construir o melhor ambiente possível. Pouco a pouco, vamos colocando nossas ideias”.
“Ainda estou tomando pé das negociações, mas em breve vocês vão saber”.
LUGANO COMO COLEGA DE TRABALHO
Não cheguei a conversar com o Lugano, não sei quais as intenções dele. É uma pessoa que sempre pode agregar. Vou tomar pé da situação. Uma das minhas crenças e que quero colocar no São Paulo é uma equipe, uma identidade, independentemente da comissão técnica que esteja aqui.
DORIVAL JÚNIOR COMO TREINADOR DO SÃO PAULO
“O Dorival é o treinador do São Paulo, não é só o meu treinador. Eu me dou muito bem com ele, acredito no trabalho e estou muito confiante. A confiança é total. Foi um ano conturbado, mas esse elenco não precisa de grandes mudanças. Vai crescer muito em 2018. Tem uma base forte, mas sempre pode melhorar. O futebol brasileiro hoje tem um equilíbrio muito grande entre as equipes. Tendo um clima, um ambiente bom de trabalho, obviamente também com cobrança… Quero estar no dia a dia, presente, em viagens. Podemos melhorar muita coisa para que os que estão aqui rendam mais”.
“O São Paulo precisa construir uma identidade de jogo, estilo, e já não está muito longe com o treinador atual. Quero conversar muito com o Dorival. As primeiras atitudes vão ser nesse sentido, começo de temporada, já construir e criar com a comissão técnica essa questão da identidade de jogo. Precisa ter um estilo próprio, que tenha a ver com sua história, torcida e cultura vitoriosa. Quando cheguei, Cilinho tinha um estilo próprio, depois Telê Santana. O São Paulo tem de criar novamente essa identidade, baseado na própria história – explicou o novo diretor de futebol”.
GAROTOS DA BASE
“Renovar com os garotos é uma prioridade, já existe um movimento nesse sentido. Pelo que representa o São Paulo, time que mais revelou nos últimos anos. É importante ter um treinador que acredite nisso, e também tomar todo o cuidado para que eles consigam performar na equipe principal”.
O QUE LEVAR DE 2017
“Se não conseguiu bons resultados nos últimos anos, claro que há aprendizados. É uma fase de transição rumo ao profissionalismo, avaliação dos erros. Ao mesmo tempo em que temos de planejar e avaliar, precisamos saber da realidade econômica do futebol no país. O São Paulo está no caminho certo. Isso faz com que a gente acredite no diferente, obviamente respeitando a história e cultura do clube. Mas novamente pensando em ser um clube inovador e pioneiro”.
AMBIENTE PARA TRABALHAR NO SÃO PAULO
“Todo mundo sabe que o futebol envolve riscos, resultados, ambiente. Uma das minhas principais qualidades foi construir um ambiente harmônico. Muitos que passaram pelo São Paulo não conseguiram colocar sua melhor performance. Os que estão aqui tendem a render muito mais se houver esse ambiente favorável. O São Paulo teve muita conturbação fora de campo. Se me escolheram aqui, é porque acreditam que vai ser diferente”.
PASSAGEM EM 2012
“Foi uma situação bastante diferente daquela época para essa. Estou acreditando muito nesse momento novo do São Paulo, novo estatuto, busca de profissionalização. Acho que represento esse caminho que o clube está escolhendo, não só no futebol, mas em todas as áreas. Naquela época, em 2002, foi uma escolha que era pré-eleição. O Marcelo Portugal Gouvêa me convidou, mas quando assumi, não tinha função muito bem definida. Muito diferente da situação hoje em dia, hoje está claro o que vou fazer e as ideias que vou colocar em prática”.
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