Pintado: “Enquanto estive lá, mostrei, tentei fazer alguma coisa e não foi possível resolver”

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O ex-auxiliar técnico do Tricolor falou em entrevista que “se eu tivesse a oportunidade de ajudar o São Paulo, talvez as coisas não estivessem nesse ponto

Em entrevista para o LANCE!, Pintado falou sobre o momento do São Paulo e disse que se o clube tivesse deixado ele ajudar, as coisas poderiam ser diferentes hoje em dia.

“Enquanto estive lá, indiquei, mostrei, tentei fazer alguma coisa e não foi possível resolver. Agora, cabe às pessoas que estão lá tentarem resolver esse problema que é muito maior do que quando eu estava lá”, disse.

E completou: “Se eu tivesse a oportunidade de ajudar o São Paulo, como estou tendo de ajudar o São Caetano, talvez as coisas não estivessem nesse ponto”.

O ex-jogador, que agora está comandando o São Caetano, e será o adversário do São Paulo nas quartas do Paulista foi demitido do Tricolor em julho do ano passado para Dorival Júnior montar sua comissão técnica.

Pelo São Paulo, Pintado foi campeão da Libertadores e mundial pelo Tricolor nos anos 1990. Veja mais pontos da entrevista:

SITUAÇÃO DO SÃO PAULO

Fico triste pelos amigos que tenho no São Paulo, e só tenho amigo dentro do São Paulo. É muito triste ver pessoas sérias e competentes sofrendo tanto enquanto trabalham lá dentro. Mas o São Paulo paga por erros próprios. Tive a oportunidade de estar lá dentro e indicar alguns pontos errados que poderiam chegar no futuro que vemos hoje. Mas não posso fazer mais nada pelo São Paulo. Enquanto estive lá, indiquei, mostrei, tentei fazer alguma coisa e não foi possível resolver. Agora, cabe às pessoas que estão lá tentarem resolver esse problema que é muito maior do que quando eu estava lá.

GOSTO ESPECIAL DE ENFRENTAR O TRICOLOR NO PAULISTÃO 

Claro que tem. Não tenho mágoa nem problema pessoal nenhum. Não devo nada ao São Paulo nem o São Paulo deve a mim. Sempre serei agradecido pela oportunidade que tive. Mas tem um sabor especial, sim. Não por ter saído ou não, até porque o tempo mostra quem está certo e quem está errado. Se eu tivesse a oportunidade de ajudar o São Paulo, como estou tendo de ajudar o São Caetano, talvez as coisas não estariam nesse ponto. Mas isso já é passado. Para mim, está morto e enterrado. Não tenho nenhuma mágoa, não me dói mais nada. Sou um homem e um profissional muito feliz por trabalhar no São Caetano em um momento muito bom e positivo.

MUITAS TROCAS DE TÉCNICOS NO SÃO PAULO

Vejo isso de uma maneira muito objetiva e clara. As pessoas que escolhem o treinador precisam tentar, pelo menos, seguir um planejamento com o mínimo de identidade do clube, da maneira como o clube joga, conquistou títulos e construiu uma história, para minimizar as dificuldades da profissão, que são calendário, lesões, adversários de muita qualidade, como temos dez candidatos a título no Brasil. Precisam idealizar esse caminho para, na hora da dificuldade, dar seguimento a isso. Se você não sabe para onde quer ir, a qualquer momento pode querer mudar a rota. Quando você sabe o caminho e tem profissionais competentes ao seu lado, sabe que tem uma subida pesada, mas engata a primeira marcha, vai devagar, mas sobe. Quando você não sabe para onde quer ir, fica muito difícil manter treinador, diretor, jogador.

ENFRENTAR O SÃO PAULO EM CRISE

Na verdade, pela minha experiência, sei que grande equipe tem pressão e responsabilidade sempre. Claro que temos pés no chão e sabemos que o São Paulo é favorito, maior do que o São Caetano, tem toda força de elenco, poder financeiro e tudo que conhecemos da estrutura do São Paulo. Mas o São Caetano tem profissionais muito capazes de enfrentar qualquer dificuldade e arma que o São Paulo possa ter. Para nós, é motivo só de motivação. Esse momento difícil do São Paulo não nos ajuda em nada, trabalhamos sem pensar que teremos qualquer facilidade.

SOBRE ANDRÉ JARDINE COMO INTERINO

Fui auxiliar do André quando ele assumiu o São Paulo (em 2016) e ele foi o meu quando assumi (em 2017). A gente se conhece relativamente bem. Para mim, é motivo de alegria ele ter essa oportunidade porque merece. Infelizmente, não é no momento e da maneira que ele gostaria, mas é a oportunidade que aparece. O André é preparado e conhece o caminho das pedras dentro do São Paulo, sabe o que vai encontrar pela frente. E eu estou muito motivado porque será um jogo muito difícil. Não será André Jardine contra Pintado, mas São Caetano contra São Paulo. Isso gera atenção especial e todo esforço para que as coisas saiam bem.

Foto: Marcello Zambrana/Agif/Estadão Conteúdo

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