O fracasso dos últimos presidentes do São Paulo

São Paulo já soma sete anos sem levantar nenhum caneco e presidentes têm feito o clube patinar; Leco está a cinco anos no comando do Tricolor
As férias não estão nada calmas para o São Paulo. Com apenas a compra de Volpi, o time corre o risco de perder jovens como Anotny, Liziero e Igor Gomes até o dia 31 deste mês.
Além disso, jogadores causaram problemas para a instituição. Arboleda, saiu em uma foto vestindo a camiseta do Palmeiras, enquanto que Jean, agrediu sua esposa e foi preso nos Estados Unidos.
Voltando para o futebol, o problema também é grande. O último título foi em 2012 e de lá pra cá, nenhum título e apenas uma final.
Onde tudo começou
Desde o fim da fase vitoriosa de Juvenal Juvêncio, passando por Carlos Miguel Aidar e até chegar em Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, o clube do Morumbi parece patinar e tropeçar em seus próprios erros e má gestão de seus mandatários.
Juvenal Juvêncio teve duas passagens pelo clube. A primeira, no final dos anos 1980, contou apenas com um título do campeonato Paulista. Já a segunda foi marcante para a torcida. No poder de 2006 a 2014, JJ era o mandatário na conquista dos três Campeonatos Brasileiros consecutivos em 2006, 2007 e 2008. Além do último título do clube, a Sul-Americana de 2012.
O cartola é considerado o presidente mais vitorioso da história do clube da zona oeste de São Paulo. Entretanto, sua gestão não foi apenas de vitórias. Sob seu comando, a dívida do clube passou de R$ 27 milhões (em 2003, antes de assumir) para R$ 251 milhões (em 2013, em seu último ano). Ele passou uma verdadeira bomba para o seu sucessor.
Em 2014, o folclórico presidente deixou o clube para Carlos Miguel Aidar. Ele também já tinha sido presidente do Tricolor entre 1984 e 1988. Nesse período, a equipe conquistou o Campeonato Brasileiro de 1986. Porém, a segunda passagem do advogado foi catastrófica e marcada por denúncias de corrupção, briga física com o vice-presidente e nenhum título.
Aidar é considerado o pior presidente da história do São Paulo por muitos torcedores e jornalistas.
Após muitos escândalos, má montagens de times e declarações polêmicas, o mandatário renunciou ao cargo em 2015, após denúncias de desvio de dinheiro do clube, que partiram do vice-presidente, Ataíde Gil Guerreiro.
À época, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco assumiu interinamente com a promessa de apaziguar o clube. Em 2016 foi eleito por votação dos conselheiros e continua até hoje. Acontece que a situação do clube pouco mudou. Houve altos investimentos que não renderam, além da briga com o ídolo e então novo técnico Rogério Ceni.
A gestão de Leco parece cada vez mais na corda bamba, e ele terá a última chance de ser campeão em 2020, já que no fim do ano haverá eleição e não poderá ter reeleição.
As contratações de treinadores e as sumárias demissões que ocorrem tão rapidamente também jogam contra a imagem de Leco.
A verdade é que, por mais que muitos tricolores idolatrem Juvenal Juvêncio, foi na gestão dele que a barca começou a afundar. Até hoje há enorme dificuldade de se recuperar o espírito vencedor do clube que rendeu o controverso apelido autoproclamado de “Soberano”.
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