Nenê concedeu entrevista nesta sexta e falou que um ex-piloto de F1 o incentivou para vir ao São Paulo e disse que seus pais queriam que ele torcesse para um rival

Em quatro meses de São Paulo, Nenê se consolidou como um dos grandes nomes da equipe na temporada. Ele ganhou o carinho da torcida e é o pilar da campanha invicta no Campeonato Brasileiro.

Neste sábado, Nenê terá a chance de intensificar esse bom momento e quebrar um grande tabu: o São Paulo nunca pontuou no Allianz Parque.

Leia aqui os principais trechos da entrevista que Nenê concedeu para o portal UOL:

Treinos ‘high tech’ são parte do segredo da longevidade

São treinos de eletro-estimulação. Comecei a fazer isso ainda no Vasco, com o Alex Evangelista, que sempre trazia coisas de fora, modernas, que ajudariam na nossa recuperação, na melhora da forma física e tudo mais. É um aparelho que reestimula fibras do corpo que você vai perdendo com o tempo. Hoje, principalmente jogador de futebol, com a intensidade que tem, a gente precisa continuar na mesma velocidade de antes, se não fica para trás. Foi em acordo com o clube, com o pessoal da fisioterapia, o Altamiro (Bottino, coordenador científico) e o Marquinhos (fisiologista). São treinos rápidos, em que você não faz muito esforço. São 20 minutos, mas é como se você tivesse feito um trabalho forte de academia. É como se fosse para a academia, sem ficar se mexendo muito, e estimula essas fibras que você vai perdendo depois dos 30 anos.

Aguirre deu identidade que faltava ao São Paulo

Eu já o conhecia. Tivemos a oportunidade de trabalhar três meses no Qatar. Estou gostando bastante o time também, da liderança e da intensidade como ele faz as coisas. Estamos entendendo a filosofia dele, criamos uma identidade. Acho que isso estava faltando. Os treinos são bons, de uma maneira mais europeia, e como eu fiquei muito tempo lá fora, gosto bastante. Está indo bastante bem.

Pressão por títulos é sombra do passado

A pressão tem o tamanho que tem por estarmos há muito tempo sem títulos. O São Paulo é um dos maiores clubes do Brasil e sempre ganhou vários títulos e títulos importantíssimos, que muitos outros do país não conquistaram. Então é normal você vê um clube que não ganha há muito tempo aumentar a pressão a cada ano. E a gente traz um pouco desses momentos de ultimamente. A pressão só aumenta, mas isso é normal para um profissional. O jogador de futebol sabe que tem de lidar com isso. Aqui está sendo um pouco mais do que o normal, mas faz parte. Que os títulos possam chegar e a gente possa voltar a dar alegria ao torcedor, que merece. É um clube que merece muito essas conquistas.

Carinho por Lugano e Raí

Eu ajudei muito o Lugano lá no Paris Saint-Germain, então por isso que ele me ajudou aqui… Brincadeira (risos). É um cara espetacular, de um exemplo tremendo pela história que teve no São Paulo. A gente já falava há um tempo atrás dessa possibilidade, que acabava não dando certo das outras vezes. E a relação é muito boa. Um cara honesto, trabalhador e vencedor. E eu me identifico com ele porque sou muito assim também. Se não ganhar, eu fico maluco. Não gosto nem de perder os joguinhos do treino. Ele é assim e eu me identifico muito. O Raí também é um cara excepcional, um dos maiores ídolos da história do clube. E era meu ídolo quando era molequeEu torcia para o São Paulo e via o Raí na televisão, jogando, sendo campeão mundial. Depois fui jogar no time dele na França, com o mesmo número na camisa e agora jogar aqui… É algo que me deixa muito feliz. Está sendo especial.

Pais corintianos foram os primeiros “alvos” de uma personalidade forte

Eu não era muito fanático, mas eu vivia na rua jogando bola e era o time que enchia os olhos da criançada. Meu pai e minha mãe eram corintianos e ficavam “não, você tem que ser corintiano, e não sei o quê” (risos). E eu realmente já tinha uma personalidade forte desde criança e era decidido com as coisas. falei: “não, vou ser são-paulino.

Eliminações deixaram Nenê “puto da vida”

Fiquei muito frustrado com a Copa do Brasil, porque tínhamos uma chance grande de passar. E merecíamos, pelos jogos que fizemos. Também no Paulista. Fiquei uma semaninha, vamos dizer, puto da vida. Mas a gente fez um trabalho extraordinário, por ter sido tão rápido e tantas mudanças. Em relação ao resto, estou muito bem adaptado. Estou em casa, minha família é de Jundiaí, então estou sempre com meus filhos. Essa era uma coisa que eu sentia falta. Está sendo de um jeito que eu esperava, mas posso melhorar ainda mais e continuar demonstrando meu trabalho e minha capacidade, para seguir dando a vida e conquistar títulos por esse clube.

Rede social e fake news

É o tempo inteiro (cobranças via rede social), pessoas que nem sabem o que você está passando, ou o dia a dia, e acaba vendo um lance do jogo, um chute que o cara deu errado. E aí, ele escreve. Às vezes a pessoa nem viu, ela viu só um vídeo de Whatsapp ou um título de uma matéria e acaba tendo essa imagem da pessoa, do clube, ou do momento. E não é a verdade. Você tem de saber lidar com isso, também. Mas no geral gosto bastante de rede social. É uma coisa que nos aproxima muito do torcedor, de ver o nosso dia a dia, de ver como somos fora do mundo profissional.

Encarada em Carille ficou no passado

Foi algo ali de momento, não foi nada em relação ao Corinthians. Ele acabou me xingando antes e tal, mas era calor do jogo. E acabei, na hora que passei perto, olhando para ele também. Mas nós conversamos e nos desculpamos. Depois, conversamos em relação a isso depois, ele também me disse que foi algo que resolveu no dia e, como eu disse, não tinha nenhuma característica de falta de respeito.

Felipe Massa incentivou acerto com o São Paulo

Esse faz tempo que queria que eu viesse para cá. Ele é muito fera, também. Ele torceu muito para que eu viesse para cá. Nós conversamos antes, então, ele deu conselho de que eu deveria vir, que eu iria gostar muito e o clube era muito bom. Foi uma das pessoas que me deram o incentivo para que eu pudesse vir. A nossa amizade começou quando eu fui para o Monaco. Aliás, foi em um jogo beneficente. Eu disse que estava indo para lá, ele me disse que morava lá e acabamos sendo vizinhos, moramos no mesmo prédio lá. Começamos a amizade nessa época, em 2006, faz muito tempo. Acabei acompanhando ele sempre que dava em vários circuitos. Em Mônaco, que é o sonho de qualquer um, Barcelona, Hungria, Abu Dhabi… Foram várias corridas, mesmo. Gostava muito e torcia muito por ele. Até que na despedida dele aqui no Brasil eu estava junto. Fiquei muito emocionado e triste também quando ele quase ganhou o campeonato mundial, no dia que o Hamilton passou (em 2008)… Achei que o Timo (Glock) deu uma rateada ali. Passou na última curva, foi muito frustrante também. Ele merecia muito esse título naquele ano, mas são coisas que fazem parte.

…mas isso tem uma contrapartida

A gente conversa sempre. Eu pergunto se ele está mudando de profissão, porque está treinando forte no futebol. Falo que quero fazer. Ele sempre fala dos jogos, fala que tem todos os canais e vê os jogos. Quando esteve em São Paulo estivemos juntos, quando foi aniversário dele. Falei que tenho de entrar com o Felipinho em algum jogo no dia que tiver a oportunidade. Ele já veio ver jogo aqui também para dar essa força quando cheguei. Então estamos sempre juntos.

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