História em três cores – Zetti
O melhor ano de Zetti no São Paulo foi 1993, ano em que conquistou uma Quádrupla Coroa Internacional, com os títulos da Libertadores, Copa Intercontinental, Supercopa Libertadores e Recopa Sul-Americana.
Conhecido mundialmente como Zetti, Armelino Donizete Quagliato nasceu no dia 10 de janeiro de 1965, na cidade de Porto Feliz, interior do estado de São Paulo.
Vivia com seu pai Antonio, sua mãe Manoela e seus dois irmãos no campo e quase não tinha contato com a bola. A primeira Copa do Mundo que Zetti assistiu foi a da Alemanha em 1974, em uma televisão movida a bateria. Assim que se mudou para Capivari, Zetti começou a fazer esportes na escola. Começou com o vôlei.
Por causa de seu irmão mais velho, no futebol ele decidiu defender o gol.
Iniciou sua jornada no futebol no Infantil do E.C. Lar de Jesus, onde foi campeão invicto do Municipal do Mobral. Ficou seis jogos sem tomar nenhum gol.
Zetti tinha que carregar seu documento para comprovar que tinha apenas 14 anos, já que seu tamanho mostrava algo diferente.
Em pouco tempo passou para o Infantil do Capivariano e um amigo o levou para o Guarani de Campinas em 1980.
No juvenil do Guarani de Campinas foi dispensado por o considerarem “gordo” para função. Logo em seguida foi para a SEP, porém já contavam com muitos goleiros e o emprestaram para o Toledo FC., do Paraná, em 1983. Lá ele fez sua estreia como profissional.
Retornou à SEP em 1984 e ficou quase um ano sem entrar em campo. Foi para o Londrina, também do Paraná em 1985.
Em 1987 foi reserva do goleiro Martorelli na SEP, mas assumiu o gol do time depois de uma expulsão infantil do titular no dia 1 de abril de 1987, em um jogo válido pelo Campeonato Paulista.
O então técnico da SEP Carbone foi demitido depois de cinco jogos sem vitória e o interino Minuca resolveu manter Zetti como titular O novo técnico da SEP, Valdemar Carabina, concordou com a decisão de Minuca e manteve Zetti.
Ele teve uma sequência de 1238 minutos sem sofrer gols a partir da derrota por 1 a 0 para o São Bento. Essa sequência só foi interrompida pelo zagueiro Luís Pereira, do Santo André, no dia 24 de maio.
Ainda defendendo a SEP, Zetti quebrou a perna numa disputa de bola com Bebeto, do Flamengo, no dia 17 de novembro, ficando afastado dos jogos por um longo tempo.
A vaga de titular estava nas mãos de Velloso e Zetti ficou sem espaço. Com a ajuda de um amigo comprou seu próprio passe e tentou contrato com um clube da Suíça, mas acabou alugando seu passe ao São Paulo em 1990.
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No São Paulo:
Sua carreira no São Paulo também não começou de maneira fácil. Quando ele chegou o goleiro titular era nada menos que Gilmar. Zetti ficou no banco por três meses e teve sua oportunidade na excursão que o Tricolor Paulista fez ao México. Literalmente Zetti agarrou sua chance com as duas mãos defendendo 4 pênaltis e garantindo o título do Torneio Quadrangular de Léon.
Na volta ao Brasil, Zetti continuou banco de Gilmar, mas sabia de sua capacidade e foi falar com o técnico Forlan. A primeira partida como titular foi no dia 2 de setembro, na vitória por 1 a 0 contra o Bragantino, no Morumbi. Na mesma semana chegou ao clube o jovem goleiro Rogério Ceni, que seria seu aprendiz e assumiria seu lugar após sua saída para o Santos em 1997.
Em outubro de 1990, chegou para comandar o clube Telê Santana. Foi a melhor fase do São Paulo e Zetti ajudou o time a ganhar inúmeros títulos: Campeonato Brasileiro (91), Bicampeonato Paulista (91/92), Bicampeonato Mundial (92/93) e Taça Libertadores da América (92/93).
Seu excelente desempenho como goleiro do São Paulo fez com que a Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS) o elegesse o quinto melhor goleiro do mundo em 1993 e também fez com que ele fosse convocado para defender a seleção brasileira pela primeira vez.
Se tornou reserva imediato de Taffarel, conquistando o tetracampeonato mundial na Copa do Mundo de 1994.
Na final da Libertadores de 1992, contra o Newell’s Old Boys, da Argentina, Zetti defendeu o pênalti que deu a vitória ao São Paulo. Foi um momento inesquecível para todo são-paulino e todos os jogadores correram para abraça-lo.
Na final do Campeonato Paulista de 1991 o São Paulo venceu o SCCP por 3 a 0 no primeiro jogo e empatou sem gols o segundo, o que consagrou Zetti um ídolo tricolor.
O melhor ano de Zetti no São Paulo foi 1993, ano em que conquistou uma Quádrupla Coroa Internacional, com os títulos da Libertadores, Copa Intercontinental, Supercopa Libertadores e Recopa Sul-Americana. Além dessas competições o São Paulo ainda disputou o Campeonato Paulista, Brasileiro, a Copa do Brasil e a Copa Ouro, o que fez com que o técnico Telê Santana escalasse os reservas em diversas partidas. Entre os goleiros que jogavam na vaga de Zetti estrearia Rogério Ceni. Nesse ano o Tricolor Paulista jogou 97 partidas.
Em 1994 o São Paulo chegou a terceira final consecutiva da Taça Libertadores, porém desta vez acabou com o vice-campeonato ao perder para o Vélez Sársfield, da Argentina. Após a derrota por 1 a 0 na Argentina e a vitória por 1 a 0 no Morumbi a decisão foi para os pênaltis e o goleiro Chilavert defendeu o chute de Palhinha.
O ano de 1996 foi o último de Zetti pelo São Paulo e ele conquistou a Copa Master da Conmebol. Esse torneio foi organizado pela Conmebol e disputado entre os 4 times que já haviam conquistado a Copa Conmebol. O São Paulo foi campeão com a equipe que ficou conhecida como “Expressinho”
Pelo São Paulo, Zetti disputou 426 jogos, sofrendo 509 gols. A partir de seu período no Morumbi teve como marca registrada o uniforme com calças, hábito que influenciou Rogério Ceni, que jogava na equipe júnior do São Paulo e mais tarde seria reserva de Zetti. Ao fim de quase seis anos e meio como goleiro titular, ganhou passe livre da diretoria, que queria promover Rogério a titular, e transferiu-se para o Santos.
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Depois do São Paulo:
Em 1996, Zetti foi contratado pelo SFC, onde fez uma excelente passagem e teve a oportunidade de levantar mais duas taças: o torneio Rio-São Paulo, em 97 e a Copa Conmebol em 98.
Zetti ainda passou por Fluminense, União Barbarense e Sport. Em 2001 encerrou sua carreira de 18 anos como goleiro sem imaginar que em pouco tempo estaria em um novo desafio, dessa vez como treinador.
Sua carreira como treinador:
Zetti ficou afastado do futebol por dois anos, quando fez um curso de treinador e treinou os juniores do São Paulo. Em 2003 assumiu a sua primeira equipe profissional, o Paulista de Jundiaí. Teve curtas passagens por outros clubes até assumir o Atlético Mineiro em 2007. Porém, após onze jogos no comando da equipe, foi dispensado. somando três vitórias, cinco empates e três derrotas, Zetti deixou o clube mineiro na 15ª posição do Campeonato Brasileiro e assumiu o Fortaleza uma semana depois.
Ele ficou no time cearense até a antepenúltima rodada da Série B, quando duas derrotas contra times ameaçados pelo rebaixamento (Remo e São Caetano), sendo a segunda delas em casa, acabaram com as chances de acesso do time e fizeram com que o treinador, que tinha apenas um contrato verbal, pedisse demissão do cargo. Em fevereiro de 2008 Zetti foi contratado para comandar o Ituano no lugar de Pintado, que foi para o São Caetano, e um mês depois aceitou convite para dirigir o Juventude até o final da temporada. No seu terceiro jogo no comando, o time de Caxias do Sul eliminou o Grêmio do Campeonato Gaúcho, quebrando uma escrita de quatro anos sem vitórias sobre o clube da capital gaúcha. Em 5 de maio de 2009 foi anunciado como treinador do Paraná Clube. Em 2010 voltou ao Ituano, agora como auxiliar-técnico.
Desiludido com a profissão, Zetti abandonou a carreira de treinador e passou a priorizar outros projetos, como sua Academia de Goleiros.
Outros Projetos:
Zetti foi comentarista do programa Bola na Rede, da RedeTV. Atualmente desempenha a função no canal ESPN Brasil. Também dedica-se à pintura nas horas vagas. Inaugurou no final de 2008 a Fechando o Gol, uma escola inteiramente voltada para a preparação de goleiros que fica no Esporte Clube Banespa na capital Paulista.
Em 2013 foi convidado pra participar do reality show “Menino de Ouro”, exibido pelo SBT. Participou por duas temporadas.
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