História Em Três Cores – Dodô
Artilheiro dos gols bonitos, Dodô passou pelo tricolor e deixou sua marca na história do clube
Ricardo Lucas Figueredo Monte Raso, ou simplesmente Dodô, foi um atacante marcante em nossa história, fazendo 93 gols em 169 partidas, sendo 0,55 gols por jogo, média semelhante a do maior artilheiro de nossa história, Serginho Chulapa, que tem em sua média, 0,60 gols por jogo.
Dodô é conhecido também como o Artilheiro dos Gols Bonitos, pelos belos gols que fez ao longo de sua carreira e foi artilheiro do campeonato carioca em 2006 e 2007 defendendo o Botafogo, da Taça Guanabara de 2010 pelo Vasco e Paulista e Rio-SP em 1997 e 1998 respectivamente defendendo o nosso SÃO PAULO, onde foi campeão Paulista em 1998.
Nascido na capital paulista, Dodô foi revelado pelo Nacional-SP em 1992 – cujo time tem seu CT em frente ao do tricolor -, mesmo assim, em vez de “atravessar a rua”, Dodô teve uma passagem rápida pelo Fluminense (1994 e 1995) e pelo Paraná Clube (1996).
NO SÃO PAULO
Inexperiente, Dodô chegou apenas com 21 anos, em 1995. Jogava pouco. Com a forte concorrência de Amarildo, Bentinho, Aílton e Almir, ele foi emprestado em 1996 para o Paraná Clube onde foi campeão paranaense. Retornou ao tricolor paulista no mesmo ano para disputa do Brasileirão.
No SPFC, Dodô chegou e ficou no banco de reservas de Valdir Bigode e Muller e figurava no banco de reservas junto com seu futuro parceiro de ataque, França.
Em 1997, com a camisa 10 do tricolor, Dodô formou, ao lado do colombiano Aristizábal, uma dupla de ataque muito entrosada e perigosa para os rivais. Se o gol fosse de Dodô, o passe provavelmente teria sido do colombiano.
Neste mesmo 1997, Dodô fez uma partida memorável, ainda mais para este que vos escreve. No dia 16 de julho desse ano (meu 11º aniversário), o São Paulo foi à Minas Gerais enfrentar o Cruzeiro e nosso camisa 10 fez simplesmente CINCO gols!!!
Também em 1997, ano quem o atacante marcou 55 gols e foi o maior artilheiro em uma temporada pelo São Paulo Futebol Clube, chegando a ser convocado para a Seleção Brasileira pelo técnico Zagallo cinco vezes, marcando 2 gols contra o Equador.
Ainda em 1997, Dodô fez história marcando cinco na vitória por 7×1 pra cima do União São João de Araras…
… e três pra cima do Juventus da Rua Javari pelo Paulistão daquele ano.
Porém nem tudo são flores para 1997. Foi neste ano que o São Paulo perdeu alguns títulos que fica até hoje na mente dos torcedores do tricolor. O Rio-São Paulo, Paulistão (para o SCCP), Supercopa da Libertadores, contra o River Plate (onde Dodô marcou um gol, mas o River venceu por 2×1 e levou a taça) e a péssima campanha no Brasileirão.
Entre o fim de 1997, e o começo de 1998, Barcelona e Internazionale quiseram levá-lo, mas a fase era tão espetacular que a diretoria não quis vendê-lo, já que já tinha liberado o Denílson para o Betis-ESP.
Chegou o ano de 1998 e Dodô mostrou que a diretoria acertou em deixa-lo no time. Ele foi artilheiro ao Rio-SP com cinco gols, e foi destaque do Paulistão daquele ano, só não participou como titular das finais por que Raí, veio da França apenas para ser campeão, claro que Dodô entendeu a opção de Nelsinho Batista em deixá-lo no banco. Tricolor campeão!
E foi neste ano que Dodô encontrou um parceiro mais veloz e também goleador, França. Campeão Paulista de 1998 contra o maior rival, Dodô foi o artilheiro da competição com 19 gols.
Com a péssima fase do time no Brasileirão, Dodô caiu de rendimento e parecia desmotivado, em 1999 ele o clube foram muito mal e o jogador se transferiu para o time da baixada. Foi para nunca mais voltar, porém, até hoje deixa saudades.
No total, pelo clube do Morumbi, Dodô fez 94 gols e foi campeão paulista de 1998.
Em entrevista ao grupo Bandeirantes, Dodô lembrou de sua hegemonia contra o time da Pompéia, time que foi seu maior freguês.
“O SEP era o time que eu mais marcava gols em clássicos e também, nessa época, o São Paulo ganhava quase sempre”.
Entre os gols que mais marcaram o atacante, ele destaca:
“Em 97, no Pacaembu, ganhamos de 4×2 e eu marquei dois gols e no Morumbi vencemos por 4×1 e também marquei, mas dessa vez um só, o Aristizabal fez três. Em 1998 fiz o gol que nos deu a vaga na final do Paulista e em 1999 no empate em 4×4 eu fiz de novo dois gols”, lembra o atacante.
Deixou o tricolor paulista em 1999 e passou a defender o Santos até 2001.
PASSAGENS POR OUTROS CLUBES
Antes de chegar ao São Paulo, Dodô teve passagens por Nacional (1989-1994), Fluminense (1994-1995) e Paraná Clube (empréstimo em 1996)
Depois que deixou o tricolor paulista em 1999, passou a defender o time da baixada até 2001. No segundo semestre daquele ano, foi contratado pelo Botafogo com ajuda daGolden Cross. Dodô ajudou o alvinegro a escapar do rebaixamento no Brasileirão de 2001 e a fazer uma boa campanha no Torneio Rio-São Paulo de 2002.
No time do litoral paulista, ele ganhou um Campeonato Paulista e também chegou a jogar com Robinho e Diego que depois viraram referências no time.
Porém, o Botafogo encontrava-se em má fase financeira, e teve que dispensar vários jogadores para o Campeonato Brasileiro de 2002, onde o clube acabou rebaixado. Dodô acertou sua volta ao estado de São Paulo para atuar pelo SEP. Contudo, naquele ano, não obstante as inúmeras contratações de impactos que o Verdão fez para o Campeonato Brasileiro, a equipe também acabou sendo rebaixada. Dodô pouco atuou naquela competição pois estava frequentemente lesionado.
O atacante dos gols bonitos passou por Ulsan Hyndai (Coréia), Oita Trinita (Japão), Goiás, Al Ain (Emirados Árabes Unidos), Vasco da Gama, Portuguesa, Americano, Grêmio OSasco e Barra da Tijuca.
Dodô ainda teve uma parte ruim em sua carreira, quando cumpriu dois anos de suspensão em 2007.
Foram 751 jogos e 404 gols, média de 0,53 gols por jogo.