Falar mais, para correr menos
Rouco, Ceni cobra que os jogadores falem tanto quanto ele, mas frisa que não se pode exigir fisicamente o máximo na pré-temporada
A ansiedade toma conta da torcida são-paulina, pois querem ver como a equipe vai atuar sobe o comando de Rogério Ceni. Na flórida Cup o São Paulo estreará no dia 19, contra o vencedor de Millonarios (COL) e River Plate (ARG).
Entretanto, o técnico avisa: o objetivo é ter a equipe preparada mais tarde, no começo do próximo mês, para o início do Campeonato Paulista.
– Em 13 dias de treinamento, você não pode exigir fisicamente o máximo dos jogadores. Eu venho aqui (aos Estados Unidos) para preparar o time para iniciar bem no dia 5 de fevereiro (estreia no Paulistão, contra o Audax), onde a responsabilidade é de vencer. Claro que a gente quer estrear com vitória, é sempre importante. Estar aqui é valioso, um experiência internacional, mas o objetivo é fazê-los estar bem no dia 5, fazê-los chegar bem fisicamente, em condição de jogo – disse Ceni, em Bradenton, onde o Tricolor realiza pré-temporada, em entrevista à organização do torneio amistoso.
A baixa temperatura (5°C) e o modo como Ceni comanda as atividades (gritando e participando muito dos treinamentos), o deixou rouco. A ideia do mito é que os jogadores também falem sem parar, para ajudar na organização dentro de campo.
– Quanto mais você fala dentro de campo, menos você corre, porque automaticamente você está mais organizado, com os jogadores mais próximos. Quanto menos você fala, um time de mudos, normalmente tem que correr mais. Quem canta o jogo antes tem mais chance de ter mais sucesso, ficar mais compacto, mais próximo um do outro, que é o nosso objetivo. Um time que joga entre 40 metros não vê linhas distantes umas das outras. O nosso objetivo é entrar nas linhas adversários e proteger as nossas. Por isso, falar é tão importante – explica o técnico.
Antes de estrear na Flórida Cup, o tricolor fará dois amistosos, o primeiro na próxima quinta-feira, com adversário ainda não definido, e o segundo contra o Boca Ratón, no domingo (15).
– A gente faz uma preparação, escreve todo o treino para ter uma sequência, links de treinamento que vão se encaixando um no outro até chegar ao fim da sessão. Normalmente, a gente trabalha com sessão de 60 minutos em dois períodos no dia. Quando tem um período, trabalha um pouquinho mais. Quando sente que o jogador está um pouco mais cansado, dá uma tarde de folga ou faz uma recuperação, usa a piscina. Tem que ir sentindo… Muito mais que o tempo do relógio, é o feeling que você tem, que o jogador passa para você – finalizou o mito.
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