Entrevista exclusiva – Vitor
O ex-lateral Vitor fez parte do Tricolor supercampeão da era Telê Santana no início dos anos 90
Confira a entrevista exclusiva ao SPFC Notícias do lateral direito do Mestre Telê:
+ Relembre a carreira do lateral direito Vitor no Tricolor!
1. Hoje você ainda faz projetos sociais em Arthur Nogueira? Ajudar quem precisa, é como fazer um gol em final de campeonato?
– Não faço mais este trabalho, foi em 2008. Foi um trabalho de inclusão social e fui contratado. Neste trabalho teve um garoto que foi aprovado pelo São Paulo, ficou 1 ano e depois foi dispensado. Fazer um gol foi um pedido do pai Telê, que mandou eu entrar na diagonal, sendo que só iria pelo fundo, este gol foi mérito dele.
2. Como você sente o carinho da torcida são-paulina, mesmo que você tenha jogado no nosso maior rival, nós te adoramos e somos muito gratos por tudo o que você fez.
– Carinho pelo que demonstrei jogando com muita força e eficiência como um lateral nato, pouco vejo, com todo respeito aos laterais de hoje que são bons, para mim chegar no fundo e realizar um cruzamento era uma consagração. Ter jogado no rival, foi uma experiência e ao mesmo tempo continuidade de um trabalho de conquista de títulos, fui campeão paulista e da copa do Brasil, e tinha um grupo muito forte (o lateral teve passagem pelo time de Itaquera).
3. Você que jogou com o Pintado e o conhece, como que ele pode ajudar o Bauza, que também é um bom conhecedor de Libertadores? Os dois juntos podem levar o tricolor ao tetra?
– Pintado é um monstro, exemplo de superação, obediência tática, guerreiro, um grande motivador e de grande caráter, que passa toda confiança no meio de campo. Sua chegada mostra um outro São Paulo, aonde tem um treinador de bagagem, que tem tudo para fazer história.
4. Quando você saiu do São Paulo pela primeira vez, você foi jogar no Real Madrid com apenas 21 anos e em seguida retornou ao tricolor. Como foi essa experiência no Europa?
– Foi uma grande experiência e gostaria de ter ficado lá, só não fiquei devido a uma lesão que me atrapalhou, mas fui muito bem recebido e elogiado pelo Hierro e Zamorano, que me achava um grande lateral e hoje tenho muita saudade quando vejo jogos do Real Madrid, gostaria de ter feito história lá também, mas agradeço muito a Deus, pois cheguei lá e não foi por acaso.
5. Você jogou no melhor São Paulo de todos os tempos e foi multi-campeão. Na sua opinião, o São Paulo de 2016, com essa mudança de postura, pode ser um bom começo para ser um time vitorioso?
– Acredito que sim, porque futebol é resultado, quando se ganha o torcedor motiva e os jogadores vêm fazendo um time vencedor.
6. Alguma palavra para descrever Telê Santana?
– Telê…meu pai no futebol. Me projetou no profissional e confiou em mim, me cobrou muito, porque dizia que se ele cobra é porque gosta, no sentido que vale a pena cobrar, porque dá resultado. Me sinto triste de não ter dado um abraço nele antes de falecer, pois fez muito por mim e pouco agradeci…não tinha tanta cabeça para pensar que estava com o melhor treinador de todos os tempos, era garoto e sabia que ele gostava muito de mim, mas hoje, quero deixar meu carinho pelo seu filho Renê que pode estar lendo, a ele e sua família, muito obrigado.
Que Deus abençoe muito vocês e mantenha este nome Telê, somos gratos à Deus, à você e à sua família.
7. Qual o melhor jogador hoje do São Paulo na sua opinião e o que falta para esse time conquistar títulos e trazer as glórias do tricolor?
– Michel Bastos. Este gostaria de dar um abraço, porque sou seu fã e também ao Denis que torço muito, porque sei o quanto trabalhou e se preparou para este momento. Ganso que é outro grande jogador, e me deixa feliz ver o Bruno sendo mais ousado e buscando a linha de fundo. Feliz por ver um São Paulo motivado e mais ainda por ver um Pintado que todos nós de uma geração que conhecemos e jogamos com ele.
8. Das três Libertadores que você ganhou, qual foi a mais significativa?
– Das três, todas de um grande grupo de grandes jogadores e treinadores de qualidade, mas fico com o São Paulo da minha época, porque era uma equipe de jovens e era muito orientado tanto pelo Telê quanto por outros jogadores mais experientes. Sendo que nas outras já era um grupo de jogadores experientes, a cobrança era outra.
9. Qual a sensação de marcar gol em final de Libertadores?
– Foi muito bom, mesmo o gol não sendo minha prioridade. Foi importante fazer, mas meu objetivo era marcar e chegar ao fundo fazendo cruzamento, pois tínhamos muitos jogadores de qualidade para fazer gol.
O gol que fiz foi um passe com muita qualidade do Pintado e só fiz porque obedeci o Telê que mandou eu entrar na diagonal, aí fiquei na história pelo gol na final com Morumbi lotado.
10. Você esteve na despedida do Rogério Ceni, como foi rever aquele estádio cheio e poder jogar novamente com aquela geração tão vitoriosa? Como foi participar da despedida de um dos maiores ídolos da torcida tricolor?
– Me emocionei muito, mais ainda vendo meu companheiros de grandes conquistas. Desejo muita saúde a ela , e agradeço a Deus e ao São Paulo que me alegrou muito. A maior felicidade foi ouvir dele (Rogério) homenageando o Zetti, este reconhecimento prova que o Rogério é fruto de uma escola aonde teve Zetti, que era sua expiração.
Rogério começou na 12 (número da camisa), pegou a 1 e jamais largou sendo exemplo e sendo um ídolo que ficou na história e na memória dos torcedores e também de nossa geração que nos valorizou e valorizará muitos nossa história, tem muito carinho e também sou seu fã, melhor ainda como homem pelo seu caráter.