Casares flertará com o caos se contratar Crespo

É mais do mesmo dizer que o São Paulo é um clube em colapso desde que Muricy o deixou depois  das conquistas do Brasileirão e que nunca mais encontrou um técnico à sua altura. Não é saudosismo, é constatação.

Depois da Era Muricy, exceção à Sul-Americana, sob o comando de Ney Franco, o São Paulo foi experimentando, e moendo, dezenas de técnicos, os mais variados possíveis.

Confira a salada conceitual que se tornou o comando do São Paulo desde 2006.

2006 – 2009 | Muricy Ramalho

2009 | Milton Cruz

2009 – 2010 | Ricardo Gomes

2010 | Milton Cruz

2010 | Sérgio Baresi

2010 – 2011 | Paulo César Carpegiani

2011| Milton Cruz

2011 |  Adílson Batista

2011 | Milton Cruz

2011 – 2012 | Emerson Leão

2012 | Milton Cruz

2012 – 2013 | Ney Franco

2013 | Milton Cruz

2013 | Paulo Autuori

2013 – 2015 | Muricy Ramalho

2015 | Milton Cruz

2015 | Juan Carlos Osorio

2015 | Doriva

2015 | Milton Cruz[n.b. 28]

2016 | Edgardo Bauza

2016 | André Jardine

2016 | Ricardo Gomes

2016 | Pintado

2017 | Rogério Ceni

2017 | Pintado

2017 – 2018 | Dorival Júnior

2018| André Jardine

2018 | Diego Aguirre

2018 – 2019 | André Jardine

2019 | Vagner Mancini

2019 | Cuca

2019 – 2021 | Fernando Diniz

2021 | Marcos Vizolli

Convenhamos. Diante desse quadro de ruínas circulares é  praticamente impossível esperar resultados positivos com a visível decadência, salvo raras exceções, nas escolhas do treinador.

Por mais teorias e conspirações e malabarismos retóricos, tudo se explica de forma simples: o clube perdeu o rumo.

Agora uma nova diretoria, sob o comando de Júlio Casares, assumiu o Tricolor. E o desafio é praticamente o mesmo que se repete há 10 anos.

O título praticamente se foi, Diniz caiu, o São Paulo se encontra, novamente, perdido em meio ao caos. Enquanto isso, a nova diretoria busca um novo treinador.

E pululam nomes e mais nomes. Dentre eles, no momento, o mais forte é Hernán Crespo, uma outra aposta arriscadíssima, pois está mais do que evidente que não tem currículo para assumir um gigante como o São Paulo. Gigante, em colapso, o que potencializa a tragédia mesmo em pequenos atos.

Cotado na Seleção Chilena é o nome da moda. Mas, se analisarmos friamente, retirando os véus do marketing, só tem um título, e é óbvio ululante que não terá estrutura para segurar a pressão de um clube que já foi três vezes campeão da América e do Mundo, mas que agora parece uma Ferrari atolada na areia movediça.

Gastar, então, R$ 1 milhão por mês entre salários de Crespo e da comissão técnica, é outra insanidade da nova diretoria. Uma coisa é gastar R$ 1 mi com um técnico diferenciado; outra, é investir alto numa aposta, em um clube que não pode mais brincar de roleta.

Técnico bom faz times medianos e ruins jogarem bem, faz jogadores meia-tanga se superarem. Basta ver o que Sampaoli fez com o elenco do Santos ano passado ou mesmo Jorge Jesus, transformando Willian Arão num baita volante.

Técnico bom, além de fazer o time jogar, tem moral para impor seu pensamento. Eis um outro ponto que tem de ser avaliado, vide os casos de Aguirre, quando vestiário se rebelou e a diretoria não respaldou o técnico e mais um título brasileiro escorreu pelas escadarias do Morumbi.

Hernán Crespo é supervalorizado. Poderá vir a ser um grande técnico, mas, no momento, não é, o que está claro que, se Casares o contratar é flertar com o caos.

A possível retomada do São Paulo passa pela contratação de um grande técnico, como já foi o caso de um dia com Telê Santana, mesmo em baixa, mas um mega técnico.

Não há dinheiro para contratar grandes jogadores, o São Paulo está atolado em dívidas, que se apresentam na ordem de R$ 580 milhões, mas que segundo fontes esse valor pode ser, de fato, R$ 1 bilhão.

Se é para investir, que se invista pesado em um técnico de ponta.