Carneiro fala sobre lesão, oportunidades, Aguirre, Lugano e muito mais
Em entrevista para o Globoesporte.com, Carneiro falou sobre a lesão que atrasou a sua estreia, titularidade, confiança de Aguirre e muito mais
Em entrevista exclusiva, Carneiro conta sobre chances no time titular, como conheceu o São Paulo, lesão, e muito mais. Veja:
Esperava ter evoluído e ter chances no time titular do São Paulo ainda este ano depois da lesão?”
Sinceramente, não (esperava ter evoluído tanto em um intervalo de um turno). Minha meta era primeiro recuperar da lesão (pubalgia), depois ir retomando a confiança treino a treino e jogo a jogo. Obviamente pela qualidade de jogadores que o São Paulo tem não esperava que tão rapidamente seria titular. Talvez tenha a ver com os momentos difíceis que enfrentamos (o time despencou de rendimento no segundo turno e ficou seis jogos sem vencer), mas também fiz as coisas bem para ser titular hoje.”
O que você sabia do São Paulo e como recebeu o interesse no seu futebol?
“Eu já conhecia, porque gosto muito de futebol. O São Paulo teve os anos de 2006, 2007 e 2008… quando criança era o time que mais via. Lugano estava aqui. Conhecia Forlán (ex-jogador e treinador) e tenho amigos uruguaios que são torcedores do São Paulo. Então, para mim era importantíssimo. Quando houve o interesse do São Paulo não pude acreditar.”
E o São Paulo tem uma história com uruguaios (Lugano, Pedro Rocha e Dario Pereyra, entre outros)…
“Não trato de seguir os passos, de fazer o mesmo caminho, mas é importante quando você chega a um clube saber o que uruguaios fizeram aqui. Não serei igual a eles, mas vou tentar assimilar e fazer com que os torcedores fiquem felizes comigo. Muitos (torcedores) falaram da história dos uruguaios. Da minha parte já sabia, porque os uruguaios, em cada clube que vão fora do Uruguai, fazem um trabalho importante.”
O que mudou desde o jogo contra o Flamengo no primeiro turno, quando você foi relacionado pela primeira vez?
“Muito muito, porque na primeira vez que fui relacionado contra o Flamengo não joguei, mas vivi uma expectativa muito grande. Saindo de uma lesão e indo para o banco de reservas. Não sabia como seria o primeiro jogo. Hoje em dia com as participações que venho tendo pouco a pouco, agora como titular e a confiança que o Diego (Aguirre) me deu… é uma situação diferente. Tenho muito mais confiança. Ainda quero ter mais ritmo de jogo, mas comparado com a outra partida contra o Flamengo melhorei muito.”
O que espera desse jogo contra o Flamengo, um rival direto na briga entre os líderes?
“Para nós é um jogo importantíssimo, porque pode decidir muitas coisas. É parecido com o jogo do Flamengo no Maracanã: era muito importante e decidia muito, porque estávamos abaixo deles como agora. Na ocasião ficamos perto. Obviamente é muito importante: vamos jogar em casa, contra um grande time e temos a máxima expectativa de que as coisas possam correr bem.”
O Aguirre tem dado confiança para você?
“Ele me deu confiança. Quando não estávamos jogando bem me deu a oportunidade de ser titular, e passou confiança. Desde que cheguei ele estava me vendo jogar e sabia de que maneira poderia servir ao time dentro de campo, quando estivesse curado. Fico muito agradecido, assim como a toda comissão técnica, fisioterapeutas, médicos e todos que me deram a confiança de que poderia ser titular.”
Qual foi a sensação de fazer o primeiro gol pelo São Paulo, contra o Botafogo? (veja no vídeo abaixo)
“Foi importante. Apesar de não ter sido tão bonito (risos), foi muito importante. Um atacante vive de gols. Era justamente o mês de aniversário de um amigo que faleceu, então foi muito emocionante.”
Seu tio Zalayeta (jogou por Sevilla, Juventus e Peñarol) teve influência na sua trajetória no futebol?
“Muita. Ele me ajudou muito com conselhos. É um jogador que admiro, um dos que mais admiro… ele e Forlán são dois jogadores uruguaios que admiro muito. Tenho a sorte de conhecê-lo, de tê-lo como parte da minha família. Aprendia com tudo o que via ele fazer. Seja com conselhos ou só de vê-lo jogar, aprendi muito.”
E o Lugano: teve importância na sua contratação e adaptação ao São Paulo?
“Eu não conhecia o Lugano. É uma pessoa espetacular, muito respeitado e que dá muitos conselhos. Ele me ajudou na chegada ao Brasil, para falar sobre a vida fora do CT e conhecer a cidade. Ajudou muito nessas coisas. Ainda no Uruguai tivemos uma reunião e ele me falou de como era o clube, do que o São Paulo significa para ele e para as pessoas. Então é muito importante quando uma pessoa chega onde não conhece e tem alguém para esclarecer.”
Como tem sido sua adaptação ao Brasil e à língua portuguesa? Arrisca falar algo?
“Bom dia! (risos). Eu me adapto rápido onde conheço gente. Já conhecia pessoas que moravam aqui em São Paulo. Por sorte me adaptei rapidamente. Me custou um pouco para entender o idioma, mas estou há sete meses, bastante tempo. Moro aqui tranquilo. Achei que seria pior. Mas estou tranquilo nesse sentido. Com Arboleda, Rojas falo em espanhol. Nenê e Edimar também falam muito bem. São eles que traduzem quando preciso falar em português com um companheiro, então isso ajuda.”
Gosta de algum tipo de música brasileira?
“Sim, conhecia a música brasileira. Minha família tem uma escola de samba, então eu mais ou menos conhecia o samba. Também quando cheguei aqui conheci pagode, gostei do Ferrugem, mas no Uruguai escutava Martinho da Vila.”
Foto: Marcelo Hazan