Zagueiro titular da equipe de Diniz fala do seu começo no São Paulo, seleção brasileira e o time de Diniz pós-pandemia
Enquanto aguarda ansiosamente pela volta do futebol brasileiro, o que ainda não tem data para acontecer, o defensor, que fez parte da seleção do Paulistão no ano passado, projeta o que será do mundo após a pandemia e como o seu time estará de volta nos gramados.
Você chegou sem alarde, conquistou seu espaço e hoje é um dos alicerces da defesa do São Paulo, setor que é o que mais funciona. A que se deve essa evolução?
Quando cheguei ao São Paulo, cheguei com os pés no chão, sabendo que no início teria poucas oportunidades e teria de aproveitar da melhor forma as chances. Sempre trabalhei forte no dia a dia, dando meu máximo, porque sabia que, quando chegasse a minha vez, eu aproveitaria. Era convicto que ia colher o que estivesse plantando. O dia a dia sempre foi com entrega, dedicação, procurando evoluir, ouvir todo mundo que me dava conselho e procurava me ajudar. Agora, fico feliz por estar jogando, com sequência, sendo reconhecido pelo clube, pelos companheiros e pelos torcedores. Estou em trabalho que é muito difícil, é muita pressão, e a torcida do São Paulo é exigente, apaixonada, então tudo fica maior. Fico feliz de estar correspondendo à altura. Fico feliz pelo carinho dos torcedores, não só por mim, mas também pela minha família. Vejo mensagens positivas pelas redes sociais e pessoalmente no CT, no estádio… Fico contente.
O técnico Fernando Diniz já disse que você é um dos líderes do elenco e sempre dá conselho para os mais jovens. É assim mesmo?
Vejo isso com muita alegria e satisfação. O Diniz sempre conversa comigo sobre esse papel que tenho dentro do time, dentro do elenco e essa liderança que carrego. Procuro estar sempre conversando com os mais jovens, até pela experiência que tive na minha carreira. Eu vim lá de baixo, de equipes menores, e hoje poder estar no São Paulo é um sonho muito grande. Procuro aproveitar da melhor forma possível todos os dias. Falo para os meninos que hoje em dia eles podem sair de Cotia, que é uma das melhores estruturas de base do Brasil e do mundo, e chegar direto no profissional do São Paulo. Isso é algo muito especial e precisa saber aproveitar.
Você diz na questão de não passar por times menores antes de chegar ao São Paulo?
Sim. É para aproveitar da melhor forma possível, viver tudo isso, almejar coisas grandes aqui dentro, querer ser campeão. Depois, então, podem pensar em seguir carreira de Europa, chegar à seleção brasileira. Tudo isso será consequência do trabalho no São Paulo. Eles podem ter uma carreira de muito sucesso, conquistando muitos títulos com a camisa do São Paulo e, depois, podem sonhar com Europa e seleção, além de outros objetivos. Mas uma coisa por vez.
Por falar em seleção, você tem 29 anos. Acha que ainda dá para ter uma chance?
Todo atleta tem o sonho de jogar na seleção. Trabalho todos os dias para conquistar títulos pelo São Paulo e marcar meu nome. Tenho certeza de que, com títulos, com certeza estaria mais perto da seleção. É um passo de cada vez. Passando por essa etapa de grandes feitos no clube, acho que posso estar mais perto do time de Tite.
O São Paulo vinha embalado no Paulistão, inclusive com uma vitória sobre o Santos. Teme que essa parada possa fazer o time perder o foco?
Não. Não vamos perder o foco. Está todo mundo sofrendo com essa pandemia. Então vai afetar a todos. Agora estamos nos preocupando com a saúde e depois, quando voltarmos aos treinos no CT, voltaremos à rotina de grupo. É procurar recuperar a forma e voltar aos trabalhos táticos e técnicos. Vamos procurar dar continuidade ao que vinha sendo feito. Atleta tem de estar sempre se adaptando, então acredito que esse seja mais um desafio que a gente tenha de superar. Vamos tentar voltar ao mesmo ritmo, ou ao mais próximo possível perto dele, como estávamos antes da parada.
Foto: Felipe Lucena
Fonte: Terra.com