Hoje no Rangers, da Escócia, o inglês Michael Beale também não poupou elogios a Eder Militão e o comparou a Trent Alexander-Arnold

Michael Beale trabalhava nas categorias de base do Liverpool quando conheceu Rogério Ceni. Não demorou muito, aceitou a oferta do ex-goleiro, que o convidou para ser o seu auxiliar no São Paulo. 

Entretanto, aquela temporada de 2017 ficou marcada por uma sucessão de decisões polêmicas por parte da diretoria são-paulina e o resultado mais traumático para o torcedor foi ver Ceni, o maior ídolo do clube, ser demitido. Pouco antes, e já desiludido especialmente com o excesso de vendas feitas pelo Tricolor, Beale deixou o Brasil para retornar à Europa.

Em entrevista exclusiva para a Goal, Beale, que hoje é auxiliar do também mítico Steven Gerrard (ex-Liverpool) no Rangers, da Escócia, relembrou os seus intensos seis meses de Brasil.

Eu deixei o São Paulo porque eles venderam vários dos nossos melhores jogadores e eu não conseguia enxergar aonde queriam chegar com este projeto. Foi a minha primeira experiência no futebol profissional”, afirmou.

Naquele ano, o Tricolor negociou vários de seus principais jogadores, como foi o caso do zagueiro Maicon, ao mesmo tempo em que joias do quilate de David Neres e Eder Militão também seriam vendidos.

“Só importava vender (os jogadores) no Brasil, porque não é uma liga com muito dinheiro. Eu não conseguia entender”.

Achei difícil vender o Eder Militão para o Porto, para logo depois ele ir para o Real Madrid. Eu não o queria por apenas 10 ou 15 jogos, queria por mais tempo. Nós vendemos o David Neres para o Ajax, outros dois para o Lille, vendemos o Maicon para o Galatasaray, o João para a Atalanta. Foi muito difícil distinguir o caminho que estavam traçando”.

Apesar de ter considerado o futebol jogado no Brasil como “taticamente ingênuo” por vezes, e de sua história no São Paulo não ter seguido o roteiro esperado, Beale tem boas memórias dos meses em que trabalhou no Tricolor do Morumbi.

“Ainda assim, o trabalho diário no Brasil foi inacreditável e me levou para um outro nível. Eu adorava os jogos fora de casa contra Santos, Palmeiras e viajar pelo país, treinar jogadores brasileiros. As pessoas que eu conheci e as experiências que tive são muito difíceis de se explicar, porque as pessoas não vivenciaram isso”.

“É puro futebol, com atmosfera. É ofensivo, mas às vezes taticamente ingênuo. Eu adorava o talento. Eu saí de forma apressada, mas parecia a decisão correta no momento e estou feliz com o que aconteceu comigo depois”.

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“Que oportunidade. Um estádio de 67 mil lugares, menor em tamanho apenas do que o Maracanã. O meu terceiro jogo foi na Flórida, contra o River Plate. Um treinador inglês! Eu olho para trás e sinto saudades, sinto muitas saudades”.

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Foto: Divulgação
Fonte: Goal.com