Dirigente são-paulino dará uma entrevista coletiva após o vexame desta quarta, no Morumbi

Raí e Daniel Alves concederam entrevista coletiva nesta quinta-feira, no CT da Barra Funda.

Acompanhe aqui a entrevista do “estrela”:

Como tem sido o papel do Muricy Ramalho? E sobre a saída de Alexandre Pássaro, influencia em algo?

Dani Alves: É um grande prazer ter o Muricy junto com a gente, é um cara que faz parte da história do São Paulo, tem nosso respeito e admiração. De verdade, a única falta que sinto, que eu gostaria que tivesse continuado, foi o Pássaro. Trabalhou e batalhou com a gente, não gostaria que tivesse saído neste momento. No momento que a gente tinha dado uma estabilizada acabou tendo que nos deixar. Particularmente falando, gostaria que ficasse até o final com a gente. Mas enfim, tão pouco estou aqui para julgar decisões.

A vida é assim, não para. Quando você consegue seus objetivos não pode parar, é uma eterna continuação, é ganhar hoje, tentar ganhar depois, depois, é assim que foram campeões. São aquelas pessoas que não desistem, que lutam até o final pelo o que querem, contagiam as pessoas do seu lado em prol do benefício comum, representar bem a instituição. O que gostaria de dizer para meus companheiros é que tirem essa mochila pesada, todo esse retrospecto negativo, porque não é uma mochila que nos pertence. A mochila que nos pertence é a que estamos vivendo agora, é ela que temos que carregar até o final juntos, tentando tirar o São Paulo desta fila. Eu como são-paulino não estou contente com essa situação, sei o quão importante é o título.

Mudanças internas podem respingar no time?

Dani Alves: Não acredito. O que está respingando no time é a falta de resultado, quando você não tem isso abre margem para as coisas extras. Eu acredito que a responsabilidade é nossa, quando os resultados estavam vindo era nossa, e quando não estão, também são. Só nós podemos tirar o São Paulo deste momento, que antes era muito bom e agora é muito ruim. Vamos buscar esse novo momento bom nessa reta final. Só insistindo um pouco, durante toda essa temporada o São Paulo sempre foi desacreditado, até por nossos torcedores, mas conseguimos devolver essa esperança para eles. Agora a gente pede, se estamos no direito de pedir alguma coisa, porque acho que estamos mais no momento de oferecer, mas que o torcedor não desista de nós. Sentimos falta deles, tenho certeza que se estivessem no estádio seria melhor do que está sendo.

Não vamos desistir de proporcionar coisas boas para os torcedores. Evidente que precisamos melhorar, não só em performance, mas em espírito também. O mesmo time que devolveu a esperança de um título é o que está aqui, estamos trabalhando no dia a dia para proporcionar isso para eles e para nós. Se tem que pedir alguma coisa, que fiquemos juntos, é neste momento que precisamos do torcedor. É neste momento que o torcedor tem que estar com o clube, sofremos juntos e desfrutamos juntos.

Como você viu a bronca do Diniz com o Tchê Tchê e outros momentos do Diniz?

Dani Alves: Eu acredito que as pessoas que conhecem bem o Diniz sabem da hombridade que tem, sabem do amor e carinho que tem pelos seus atletas e sabem que tem um jeito de ser que você ama ou odeia. As pessoas que estão aqui, que trabalham com ele, sabem que o melhor que pôde acontecer na vida deles é ter um Diniz na vida deles. É uma pessoa que instiga seus comandados a serem melhores todos os dias, a tomarem decisões. O Diniz prepara as pessoas para a vida, eu sigo insistindo nisso. Esses valores que se está perdendo muitas vezes, que a gente encontra no Diniz, essa personificação de pessoa, mas é evidente que tem o jeito dele de ser. Quem trabalha com ele sabe que tudo que faz é com muito amor, carinho e intensidade.

O momento do Tchê Tchê sempre é elevado massivamente por vocês, mas é que vocês não conhecem ele no dia a dia, teriam outra impressão. Até pra pior (Risos), ele tem o jeitão dele de ser. A gente ama muito esse cara, quem dera todo ser humano tivesse um Diniz na sua vida, seriam melhores, sem dúvida.

Faça uma autocrítica do seu rendimento

Dani Alves: Tenho que jogar, convencer meus companheiros do quão bons eles são, quão espetacular eles podem ser quando fazemos as coisas juntos, quando defendemos as cores do São Paulo com a honra que me caracterizam e eu gostaria que caracterizasse eles também. Não acredito que houve uma queda de rendimento, você pegou erros pontuais, são nítidos, mas sou igual ao time do Diniz, ou sou muito bom ou sou muito ruim.

Você se vê no São Paulo até o fim do seu contrato? Faça uma autocrítica do seu rendimento

Dani Alves: O futebol é maravilhoso porque é um jogo de erros e acertos. Se não fosse assim, o trabalho de vocês seria um pouco mais complicado, por isso é tão brilhante e interessante o esporte futebol. Às vezes você erra, acerta, mas eu acabei de falar. Eu pouco pecar por exceção, nunca por omissão. Sempre estarei exposto, no olho do furacão, eu vou ser o que vai sangrar mais, que vai ser o colete, e eu sempre quis ter esse papel na minha vida. Evidente que quando os resultados não vêm, aqui no São Paulo sempre que juntou Diniz com Dani a culpa é minha, dele ou dos dois. Estamos acostumados. Nunca vou me esconder atrás de nenhum problema, vou estar procurando a solução. As pessoas sentem minha falta aqui, mas tenho muito trabalho para fazer. Eu fico convencendo meus companheiros do quão bons eles são.

Onde você avalia sendo o trabalho do Diniz sendo mais positivo do que negativo com a permanência do Diniz?

Daniel Alves: O trabalho do Diniz é espetacular por uma razão. Não foi um treinador que teve muitas possibilidade de contratações, e segundo que foi um treinador que teve que potencializar, ensinar e encorajar jogadores que estavam desacreditados por todos, pela imprensa, por nossos torcedores, a dar um passo a frente, a ser muito melhor do que eram, a performar bem, conseguir ser alguém respeitado. O grande trabalho do Diniz vem a partir do momento em que ele não se preocupa só em criar grandes jogadores, mas sim grandes seres humanos, que vão sair melhor do que eram daqui. O Diniz, no dia que não estiver mais aqui, vai deixar uma grande base, não só monetária, mas pessoal também para o São Paulo. Serão pessoas que vão influenciar outras a não seres omissas.

Fatores externos podem ter influenciado essa queda de rendimento? A eliminação do Grêmio afetou a moral? Dá tempo de recuperar?

Dani Alves: Fatores externos influenciam muito no nosso trabalho porque acreditamos muito nele. A eliminação nunca traz coisas boas, não só a do Grêmio, mas todas as outras. Você acaba sentindo, é humano, é normal que você sinta. Eu acredito que são fases que temos que tentar sair delas o quanto antes possível. Tudo na vida de quem trabalha passa, não só os momentos bons, mas como os ruins. A gente estava tendo esse momento muito ruim, passou, e agora veio o ruim. Temos que encarar da mesma forma, não se deixar levar por ele, continuar trabalhando, continuar tendo essa autoconfiança em si próprio, é assim que construímos até o momento, assim que devolvemos a ilusão ao torcedor, essa possibilidade de conquistar o título.

Mas a gente não pode se levar deixar pelos últimos jogos. É evidente que não estamos contente, não estamos satisfeitos. É evidente que nosso torcedor não está satisfeito, e é aceitável, mas tenho certeza que nós não estamos, tipo, melhores que eles. Nós somos quem sofre, quem trabalha, tentamos levar o melhor para eles, mas infelizmente não foi possível nos últimos jogos. Mas a gente vai continuar. Na vida você tem que pecar por excesso, não por omissão. Vamos continuar até o último momento conseguir esse objetivo tão sonhado, não só pelos torcedores, mas para nós que estamos aqui batalhando todos os dias.

O que explica a sua queda de produção:

Dani Alves: Acredito que no futebol isso acontece, nós que estamos há muitos anos nisso, sabemos que os times oscilam. Talvez oscilamos no momento errado, mas não tão assim, faltam sete jogos. Precisamos aprender a não oscilar tanto, esse é o ponto negativo do momento, oscilamos e fizemos apenas um ponto, quando tínhamos uma sequência de quase 12 jogos sem derrota. Agora vai chegar o momento mais importante da temporada, precisamos recuperar.

O que explica a queda de rendimento? O que explica a sua queda de produção:

Dani Alves: Como a gente pôde ver, o Brasileiro é muito difícil, muito equilibrado. As equipes acertam e erram durante a competição. Acredito que nós devolvemos a esperança ao torcedor são-paulino de poder estar competindo novamente pelo Brasileiro, oscilamos agora, como qualquer time, e perdemos a liderança. Isso não quer dizer que estamos fora da briga, muito pelo contrário, liga um alerta de sinal nosso que precisamos melhorar, dar um passo à frente. Por isso estou aqui. Evidente que a cobrança não só a equipe, mas particularmente a mim, é inevitável. Eu sou uma das grandes referências do elenco, e isso é normal, mas eu acredito que nosso time, e aplico para mim também, não consegue ser mais ou menos. Ou somos muito bons ou somos muito ruins, e nos últimos jogos fomos muito ruins.

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Acompanhe ao vivo a coletiva de Raí:

Raí diz que Diniz segue no cargo ‘com confiança total’ e garante: ‘Caso Tchê Tchê é assunto superado’

A experiência de 2018 com a demissão do Aguirre serviu de exemplo para não demitir o Diniz?

Raí: Já assumi que pode ter sido um erro ali, são momentos diferentes, profissionais diferentes e já assumi que foi um erro. São situações diferentes e que a gente aprende. Tudo que o Diniz fez até, neste um ano e meio, faz com que a gente acredita na volta por cima.

O que precisa ser passado aos atletas neste momento?

Raí: Pela minha experiência dentro de campo, obviamente existe a cobrança, mas a cobrança tem que ser em todos os pontos. Temos que melhorar tudo. O que a gente vai fazer aqui de cobrança, de que maneira será feita, isso decidimos internamente. Neste momento temos que pensar em todos os detalhes, é muito difícil apontar um ponto. Nosso time foi muito agrupado, não fora de campo, perto, ganhando rebote, bola espirrada, e isso, de alguma forma, diversos motivos, acabamos perdendo isso, essa unidade em campo. Isso que o Diniz busca no dia a dia, a cada palestra, vídeo, e aí os jogadores precisam recuperara a confiança que foi perdida. Os jogadores cada vez mais juntos têm cada vez mais chances de recuperar essa confiança, que é muita coisa no futebol. Estamos todos muito juntos para buscar essa recuperação.

O que leva a diretoria a acreditar que neste momento o Diniz vai conseguir fazer o São Paulo se recuperar?

Raí: O São Paulo teve essas eliminações, em torneios sem chances de recuperação. E mesmo nesses torneios tivemos recuperações importantes, contra o Fortaleza lá e aqui, contra o Flamengo, que ganhamos lá no Maracanã e classificamos aqui com certa facilidade. Temos sete jogos pela frente, tudo para recuperar. O que faz a gente acreditar é que já tivemos momentos muito complicados, como esse, reconhecemos que foi um golpe muito duro, não preciso repetir aqui, mas foram nestes momentos que reagimos melhor. Agora é reta final, tem que ter a reação e segurara até o final, nesse tiro curto, até o final do Brasileiro.

Seria um lembrete bom para a comissão e jogadores uma cobrança para buscar alternativas para um time previsível? Como você viu a bronca de Diniz em Tchê Tchê?

Raí: Começando pela segunda pergunta. Diniz e Tchê Tchê já é caso resolvido, se conhecem há muitos anos. O Diniz reconheceu, falou com ele, elenco, diretoria, explanou tudo. No dia a dia dá para ver que foi superado. Sobre a primeira, um clube como o São Paulo vai ser sempre cobrado, e ela vem de todos os níveis. O que temos de fazer a mais tem que ser decidido de forma interna, para acharmos o caminho da recuperação.

O São Paulo enfrenta algum problema interno?

Raí: Nenhum problema fora do campo, inclusive a gente vê nos treinamentos todas as alternativas que ele treina. A gente sabe que o time atingiu a primeira colocação, passou a ser um time muito estudado, e o Diniz continua dando várias alternativas. É dentro de campo, trabalho no dia a dia, vídeos, porque às vezes não dá tempo. Temos um jogo no sábado, temos tudo para recuperar. Temos confiança e capacidade para recuperar tudo que fizemos até aqui e voltar a liderança.

Fernando Diniz está garantido? O que a diretoria espera em campo?

Raí: Tanto na conversa depois do jogo e hoje de manhã, que a diretoria se reuniu com o Diniz, nem se tocou nesse assunto. A confiança é total, o foco é na recuperação, o que pode ser melhorado. Quando você tem uma queda de rendimento do nível que chegamos e tem a queda que teve, é difícil apontar uma razão apenas. Atingiu a confiança aquela derrota para o Grêmio, e é isso que temos que recuperar. Para isso é só trabalho, o que o Diniz sabe mais fazer com a comissão técnica. A confiança é total.

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