A emoção da Final do Tricampeonato da Libertadores!

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Era clima de decisão, não se pensava em outra coisa a não ser o jogo. Os oito dias que separaram o 1º jogo do 2º jogo da final pareciam oito anos, aquele 14 de julho de 2005 parecia tão distante, mas era apenas a apreensão que tomava conta da emoção Tricolor!

O primeiro jogo resultou em 1 x 1 no Beira-Rio, o São Paulo conseguiu jogar bem fora de casa e teve mais oportunidades de gol do que o Atlético-PR. O Tricolor tinha um time de guerreiros que honravam a camisa e pareciam jogar por sintonia em campo! Que saudades temos daquele elenco…

Para mim, foi o primeiro grande título que vi o Tricolor ganhar, acompanhava todos os jogos e era muito “sabido” já naquela época sobre tudo de futebol – times, jogadores, esquemas táticos, inclusive futebol europeu!

Não deixei de acompanhar nenhum jogo do caminho ao Tricampeonato e aquele time me enchia os olhos de orgulho, não só a mim como a todo torcedor que meses antes comemorou o título do campeonato Paulista!

Morumbi lotado, uma festa inigualável, a torcida cantava todos os hinos e músicas de apoio ao time das arquibancadas às numeradas! Bandeiras por todos os lados, em sua grande maioria – óbvio – do São Paulo, mas tinha bandeira do Brasil, do Uruguai em apoio ao Lugano, do Rogério Ceni, do Telê Santana… era um palco perfeito para o Tricampeonato! Jamais saíra da minha memória a imagem de abertura da transmissão da TV, exibindo o campo tomado pela fumaça de sinalizadores  vermelho, preto, branco! Mal se ouvia a voz do narrador… O Morumbi estava ensurdecedor!

Uma prévia do clima do Morumbi minutos antes do jogo:

O Tricolor veio a campo com a seguinte escalação por Paulo Autuori, um 3-5-2:

formação

O Atlético Paranaense tinha bons jogadores, não quanto ao São Paulo, mas era uma equipe bem treinada pelo Técnico Antônio Lopes :

Diego – GOL , Jancarlos – LAE, Danilo – LAD, Durval – ZAG e Marcão ZAG; Cocito – VOL , André Rocha – VOL, Fabrício – MEIA e Evandro – MEIA; Lima – ATA  e Aloísio – ATA.

O JOGO

O jogo começou tenso, os dois times brigando pela bola sem tirar o pé e a apreensão e o frio na barriga era inevitável, ninguém tinha a vantagem, o empate fora de casa não dava vantagem ao Tricolor pelo gol marcado fora de casa.

O tempo passa e até que aos 16 minutos, Josué sofre falta no meio de campo, o zagueiro Lugano toma a bola e lança Luizão que de calcanhar toca para Danilo ir em arrancada em direção a linha de fundo e chutar para o rebote do goleiro Diego, no rebote o camisa 10 com muito esforço consegue tocar para Amoroso sozinho de cabeça abrir o placar – O Morumbi explodiu, quase veio ao chão! Era uma sensação de alívio e de gol que estava presa há oito dias, desde aquele gol contra do Durval, foi o gol da redenção, da libertação – foi o gol da Libertadores!!!

Até o final do primeiro tempo o jogo se tornou muito truncado, de muitas faltas, mas sem chances de perigo em ambos os gols. O Atlético-PR começou a correr atrás do prejuízo e dominou a posse de bola, até que aos 46 minutos do primeiro tempo após um lateral cobrado, o atacante Aloísio (que depois jogaria no São Paulo) recebe a bola e cai dentro da grande área em empurrão do zagueiro Alex, mas a falta foi feita fora da grande área, entretanto o árbitro Horacio Helizondo marcou penalti! Naquele momento o suor frio tomou conta do corpo de todo São-paulino… Rogério Ceni era o mais inconformado com a sinalização do árbitro, mas não teve jeito…

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Cerca de dois ou três minutos tomaram-se entre o penalti e a cobrança, a angustia aumentava a cada segundo. Fabricio era o responsável pela cobrança, o técnico Antônio Lopes beijava todos os santos que carregava consigo pedindo o acerto da penalidade. No gol o maior ídolo da torcida Tricolor – Rogério Ceni se aproximou do batedor para intimidar Fabricio enquanto o meia ajustava a bola na marca da cal… Fabricio tomou distância sob as vaias do Morumbi e bateu no canto direito de Rogério e acertou o pé da trave!!! Rogério Ceni parecia saber onde ele bateria e se a bola fosse no gol, Rogério defenderia! O Morumbi desabou! Foi como comemorar um gol, no último lance do primeiro tempo!

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O segundo tempo começa e o Atlético-PR parecia abatido com a chance desperdiçada no final do primeiro tempo. Aos 7 minutos escanteio para o São Paulo, Cicinho toma a bola e corre para cobrar o escanteio, enquanto isso Amoroso acenava pedindo que a torcida gritasse – mais ainda – para o apoio, e na cobrança aberta do camisa 2 encontrou Fabão que de cabeça colocou a bola no ângulo, indefensável! O zagueiro correu para comemorar em direção a linha de fundo em lágrimas, parecia não acreditar! O Morumbi explodiu! Era o gol que dava uma ótima vantagem ao São Paulo!!! A sensação de peso nas costas parece que saiu junto com as lágrimas do zagueiro consolado por Lugano.

Daí para frente o Tricolor apresentou uma segurança incrível, o zagueiro Lugano tirava todas, bola no alto o camisa 5 tirava até com voadora, a cada bicão pra fora de campo – era aplauso. Até que aos 25 minutos a zaga bobeou e Júnior recuperou a bola e lançou Amoroso que vinha pela direita, o camisa 9 dominou e cortou para a direita tirando do zagueiro e entrando na grande área, nisso ele já via Luizão do outro lado correr sozinho, e em um cruzamento perfeito que tirou exatamente do alcance do goleiro, fez a bola cair no pé de Luizão que de primeira, sozinho, tocou para o fundo do gol!!! Era o terceiro! A confirmação do título veio neste gol! Nada poderia tirar o Tricampeonato daquele time de guerreiros! O Morumbi cantava, chorava, aplaudia, gritava o gol, o time, o título!!! Luizão sai correndo para lateral feito uma criança, chorando pela redenção de um craque que voltava a ser destaque no futebol brasileiro e foi abraçado pelos companheiros de equipe! São Paulo 3 x 0 Atlético-PR!!!

Neste momento o sorriso estava estampado em cada torcedor Tricolor, o frio na barriga era para o término do jogo para comemorar o tão sonhado Tricampeonato! O atacante Luizão foi substituído em lágrimas por Souza! Mais tarde foi a vez de Amoroso dar lugar a Diego Tardelli e o encontro entre Luizão e Amoroso foi gratificante ao camisa 11 que pôde agradecer pela assistência!

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O jogo se estendeu até os minutos finais com o Tricolor em festa, a zaga era imperdoável, Lugano, Fabão e Alex não deixavam passar nem pensamento, tudo sob o comando de Rogério Ceni – com certeza o cara que mais merecia aquela Libertadores, eram 15 anos de clube, viveu sob a arquibancada do Morumbi, foi reserva por muito tempo, já tinha sido campeão da América e do Mundo antes, mas era reserva e a esta altura do campeonato era o grande ídolo do time por todos os títulos até ali, por todos bons e maus momentos que viveu com a aquela camisa, mas aquela Libertadores era única e a tão sonhada conquista da carreira do MITO. O meio foi conduzido pela classe de Mineiro e Josué, além de Danilo que ligava o ataque Tricolor…

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Aos 43 minutos, o Morumbi já cantava “É campeão!…”, “Olé!” e outros gritos e hinos do Tricolor como o imortalizado “É TRICOLOOOR ÔÔÔÔÔ ÔÔÔÔÔ ÔÔÔÔÔ…” que seguiu o time durante aquela campanha na Libertadores, então Diego Tardelli recebeu a bola de Mineiro e deu um corte tirando do zagueiro e de fora da área acertou um chute rasteiro no canto direito de Diego que ficou estático no centro do gol!!! Foi o gol do título! Da comemoração! Me faltam palavras para dizer qual foi a sensação minha, do Morumbi e de todo torcedor Tricolor! Se você acompanhou aquele jogo, você sabe qual a sensação que tento expressar neste momento!

Uma alegria inesgotável tomava conta de sí, era impossível segurar o sorriso, talvez o choro – de alegria! Todo o sofrimento que o São Paulo sofreu até ali vinha em um filme na cabeça de cada um… A torcida invadiu o campo e abraçou o Capitão que abraçou a torcida, o árbitro tentou continuar os 2 minutos que restavam do jogo, mas era impossível, o som do apito do argentino foi o marco para a alegria tricolor, pode gritar torcedor São Paulino você é Tricampeão da América!!! O São Paulo é Tricampeão da América!!! O Morumbi veio abaixo de comemoração, Amoroso já tinha uma faixa na cabeça com a bandeira do Japão!

No momento de levantar a Taça o Capitão Rogério Ceni recebeu a medalha deu um beijo na mesma e apontou para a torcida, e pela linguagem labial é possível notar perfeitamente que ele diz: “Eu amo vocês” e nós te amamos também Rogério, nenhum São Paulino merecia e sentia mais aquele título do que você! Ao erguer a tão sonhada taça da Libertadores da América, uma chuva de papel Vermelho, Preto e Branco cobriu o elenco Tricampeão da América!!!

Confira a galeria de fotos

Confira o jogo na íntegra:

#10ANOSDOTRI

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