Fala, Lucão!
Lucão abre o jogo sobre negociação com o Porto e frustração pela sequência sem jogar.
O zagueiro Lucão foi revelado de Cotia ao profissional em 2014 e no mesmo ano disputou muitas partidas, mas foi ganhar espaço mesmo no ano seguinte, que foi a etapa derradeira do zagueiro.
Envolvido na negociado com o Porto por 50% dos seus direitos por Maicon, o jovem atleta revelou o interesse de ir para a Europa, mas garante que não há nada definido:
“Se falar que não tenho vontade de ir à Europa estarei mentindo. Mas precisa ser realidade e não foi. Tinha esse pensamento de ir ao Porto, mas não deu certo. Cabe aos clubes decidirem, não tenho mais nada a ver. Eu queria essa chance de me explicar, que saísse da minha boca que não tem nada com o Porto” – disse Lucão ao Lance!
O camisa 4 ainda alega ser o pior ano da carreira, após sucessivas falhas e pressão da torcida
“É o ano mais difícil da carreira. Em 2014 e 2015 joguei muitas vezes. É complicado, mas vale o aprendizado. Foi um período de amadurecimento, como atleta e pessoa. O interesse do Porto trouxe visibilidade, o que gera mais confiança. Foi um grande da Europa interessado no meu futebol. É positivo, assim prefiro ver. Só acrescentou coisas boas para mim.
Realmente procuro entender quase todos os dias. É do futebol, eu sei. Mas também sei que se não tivesse qualidade não estaria aqui. Não é por acaso que essas pessoas que sabem muito de futebol falam isso, como Rogério e Autuori. São pessoas que vivem do futebol diariamente, entendem muito. Confio na minha qualidade e não vai ser uma crítica que vai me atrapalhar” – complementou
Confira bate-papo exclusivo ao Lance! com Lucão:
Você não joga há 17 partidas. O que aconteceu nesse período?
Foi um período difícil, mas de muito aprendizado. Consegui enxergar coisas que não conseguia antes. Amadureço a cada dia mais. Tenho certeza que é só o começo. Tenho 20 anos e muita coisa para viver.
Como foi ver que seria trocado pelo Maicon? Foi procurado?
Teve essa possibilidade, chegou a mim. Sabia que poderia ser inserido na negociação. Fiquei tranquilo e continuei trabalhando e esperando o que resolveriam. Não deu certo.
Chegou a ficar fora do banco e até a treinar sozinho. Como manteve a calma?
Conversava diariamente com a comissão, que me tranquilizava dizendo que eu voltaria a treinar com o grupo se não desse certo. Por prevenção, como poderia sair, eles me deixaram separado, para não machucar ou algo do tipo.
Já falou com Inácio (o primeiro garoto escolhido pelo Porto)?
Direto! Já está treinando, fez amistoso. Está feliz da vida, no time B. Sempre torcerei por ele. Temos a mesma idade, 20 anos. Conversamos bastante durante as negociações, ele já tinha ido e contou que a estrutura era boa e o clube bacana. Agora, isso é um assunto que passou. Passou mesmo.
Por que não deu certo?
O Porto resolveu esperar. Tem um ano para escolher quem levar. Falavam que eu tinha um ano, mas não. É o Porto que tem esse poder. Não partiu nada de mim ficar ou sair.
Você mostra clareza para tratar temas delicados. E no campo, se desespera quando erra?
Não, acho que não. Há momentos em que preciso dar o chutão mesmo sem gostar, há momentos de sair jogando. Só erra quem tenta tenta fazer o melhor. Só que às vezes a jogada não sai como o imaginado e a gente fica chateado, não aceita e balança a cabeça. É mais uma cobrança individual do que algo que me abale psicologicamente.
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Já se imagina jogando de novo?
Sim, preciso imaginar, porque é com esse objetivo que trabalho. Que isso possa acontecer logo. Tenho contrato até 2019 e meu foco é aqui. Continuo tranquilo dentro e fora de campo e não vai ser agora que será diferente.