O meio-campista Lucas Fernandes iniciará 2016 com novas responsabilidades na Copa São Paulo e se inspira em Hernanes, Ganso e Iniesta

O São Paulo vem agindo como mineiro nesse mercado da bola, vem de mancinho e ninguém suspeita de muitos nomes, salvo o de Lugano e Kieza, porém, a torcida tricolor, um tanto quanto impaciente, volta suas atenções aos garotos da base, que nesse ano já venceram três competições nacionais (Copa Ouro, Copa do Brasil e Copa RS). Domingo (3) começa a Copa São Paulo de Futebol Junior e a garotada vê nela, grande chance de ser um passaporte para subir ao elenco profissional, principalmente o jovem Lucas Fernandes, que quer ser o novo Hernanes do tricolor.

– É minha hora como camisa 10. A responsabilidade aumenta muito mais e eu preciso estar preparado para fazer a diferença. E esse time mostra que jogando em grupo a parte individual sempre aparece. A falta de dinheiro não deveria ser o único motivo para usar a base e me preocupo com esses problemas financeiros, mas como jogador confio na qualidade desta geração para ajudar o time de cima a conquistar títulos – apostou.

Além dos três títulos citados acima, Lucas foi campeão e o craque do Campeonato Brasileiro de seleções estaduais, resgatado pela CBF em dezembro e vencido pelo selecionado paulista.

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O meia agora sonha ainda mais alto, mesmo que com cautela. Sabe que ainda é franzino demais e que precisa aprender muito antes de se destacar como profissional. Até mesmo na entrevista mostrou dificuldades de encarar a timidez. Arrastava o pé direito no gramado para disfarçar e só se desprendia quando falava de suas referências na posição.

– Cheguei a treinar uma ou duas semanas para pegar experiência. Foi bom, valeu a pena ver os jogadores lá de cima para evoluir. Reparei na calma que eles têm para fazer as coisas. Isso faz com que o jogo tenha um ritmo diferente. Fiquei olhando mais para o Ganso, né? Ele é da minha posição (risos). Olhei a capacidade técnica dele, como cria os lances, como desequilibra um jogo… Estou tentando aprender cada vez mais com ele. O problema é que foi só na observação mesmo (risos). A gente fica com vergonha, meio tímido de perguntar. Quando eu subir de vez, aí sim vou tentar conversar para pegar mais experiência – confessou o armador, antes de prosseguir com a lista:

– Na infância, minha referência era o Ronaldinho Gaúcho, no Barcelona. Aquela fase dele foi a mais top. Hoje em dia olho mais o Iniesta. Ele mostra que não precisa ficar segurando a bola para aparecer. O jogo dele é simples, de toque rápido e drible para fugir da marcação apenas. Me inspiro no jogo dele – disse.

A maior inspiração de Lucas Fernandes, no entanto, vem do passado. Hernanes, ídolo tricolor e titular da Juventus, na Itália.

– Se eu não chutasse com a esquerda, ele parava a brincadeira na hora. Eu fui pegando o jeito e o gosto, evolui e agora vejo resultado. É mais fácil no jogo, não preciso ficar ajeitando o corpo para tocar, chutar… Por isso me espelho muito no Hernanes. Vejo ele jogando e percebo que fica muito mais fácil por usar as duas pernas. A bola chega e é muito mais difícil ver um erro de domínio ou passe. E o chute dele é muito bom! Já me compararam a ele, fiquei feliz, mas é muita diferença, não dá para falar essas coisas ainda (risos). Só que eu quero evoluir para tentar ser parecido com ele um dia –  prometeu o garoto, que tem contrato até o fim de 2019, em renovação concluída durante esta temporada.

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