10 momentos da primeira passagem de Cuca pelo Tricolor

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Química com a torcida, conversa franca com Juvenal Juvêncio, dura em jogador e muito mais. Veja 10 episódios da primeira passagem de Cuca pelo São Paulo

Após 15 anos, Cuca será o próximo treinador do São Paulo. A primeira passagem do treinador pelo clube durou de janeiro a setembro de 2004 e não teve títulos, mas foi muito intensa e é avaliada até hoje como positiva.

Veja abaixo, dez episódios da primeira passagem de Cuca pelo Tricolor.

1. ERA UMA APOSTA

Em 2004 Cuca era apenas uma aposta. Após fazer uma boa campanha no Goiás, o técnico tornou-se uma jovem sensação. O São Paulo foi seu primeiro grande clube na carreira.

2.  MONTAGEM ELENCO

Três jogadores do Goiás chegaram ao Tricolor junto com Cuca: Fabão, Grafite e Danilo, todos multi-campeões no São Paulo. É por isso que se fala que Cuca foi importante na montagem do elenco que seria campeão da América e do mundo em 2005.

3. ENERGIA COM A TORCIDA

Por ordem de Cuca, os jogadores do São Paulo não desceram para o vestiário no intervalo da partida contra o Rosario Central (ARG), pelas oitavas de final da Libertadores. O time, que perdeu na Argentina por 1 a 0 e tomou um gol logo no começo do jogo no Morumbi, conseguiu o empate no último lance do primeiro tempo e empolgou a torcida. O técnico quis manter o estádio fervendo.

Detalhe: o autor do gol de empate foi Grafite, que saiu do banco ainda no primeiro tempo para virar herói do jogo. Na etapa final, ele anotou mais um e garantiu a decisão por pênaltis que classificou o Tricolor.

4. CONSELHO DE AMIGO

O São Paulo ainda perdia a partida contra o Rosario Central por 1 a 0 quando o goleiro Gaona defendeu uma cobrança de pênalti de Luis Fabiano. Antes da decisão por pênaltis, Cuca se aproximou do camisa 9 e lhe aconselhou a bater no mesmo canto direito.

Quando as cobranças começaram, o técnico percebeu que Gaona havia adotado a estratégia de só pular para a direita. Ele não teve como alertar o Fabuloso, que cobrou no mesmo lugar e… fez o gol! Para alívio de Cuca, o São Paulo se classificou.

5. ENTREVERO COM CENI

Cerca de um mês antes de pegar dois pênaltis e decidir a classificação contra o Rosario Central, Rogério Ceni tornou-se desafeto de Cuca. Tudo começou em um rachão disputado no Morumbi, em que o goleiro se desentendeu com o preparador físico Omar Feitosa. 

“Ele (Rogério Ceni) teve uma discussão com meu preparador físico (Omar Feitosa) e eu peguei as dores do meu preparador sem saber o teor, e o teor era que ele estava totalmente errado, o meu preparador”, disse Cuca, ao jornal O Estado de S. Paulo, em 2013.

O técnico costuma dizer que aprendeu com aquele episódio. Em 2017, no Palmeiras, o mesmo Omar Feitosa se desentendeu com Felipe Melo durante um rachão e Cuca orientou a diretoria a multar os dois. Ele admite que errou ao escolher um lado na briga do Morumbi. No mesmo ano, Ceni e Cuca voltaram a trocar farpas quando o então palmeirense sugeriu que o ex-goleiro, à época treinador do Tricolor, havia espionado um de seus treinos.

6. MALDITA FOME DE BOLA

O São Paulo empatava por 1 a 1 com o Once Caldas, em Manizales, e estava prestes a disputar nos pênaltis uma vaga na decisão da Libertadores. O time estava encaixado e Cuca já estava elaborando a lista de batedores, mas Gustavo Nery dizia insistentemente que estava cansado e precisava sair. O técnico não queria mudar naquele momento, mas acabou cedendo e colocando o atacante Vélber.

Nery e Fábio Santos estavam fechando os espaços pelo lado esquerdo da defesa são-paulina, e Cuca conta que Vélber entrou com a mesma atribuição: “ajude a marcar e guarde posição, não precisa se arriscar no ataque”.

Eis que, no último lance do jogo, Vélber avança para cobrar um arremesso lateral e acaba devolvendo a bola para o Once Caldas. No contra-ataque, Agudello ficou no mano a mano com Fábio Santos e fez o gol que eliminou o Tricolor. Repreendido por Cuca no vestiário, Vélber justificou a desobediência tática dizendo que entrou com “fome de bola”.

7. ESSE GOL DÓI ATÉ HOJE

Além de ter saído no último lance, com uma falha boba de marcação, o segundo gol do Once Caldas foi marcado por um atleta que seria pego em exame antidoping dias depois. Cuca lembra disso toda vez que é questionado sobre aquela Libertadores.

Ele ficou muito frustrado com a perda da vaga na decisão. O São Paulo havia se planejado para jogar contra o Boca Juniors em La Bombonera na semana seguinte. A ideia era ir direto da Colômbia para Belém do Pará, onde haveria um jogo contra o Paysandu no fim de semana, e depois já voar para Buenos Aires. Não deu…

8. O VOO DE VOLTA

Juvenal Juvêncio, vice de futebol do São Paulo em 2004, chamou Cuca para uma conversa no voo de volta ao Brasil após a eliminação na Libertadores. Queria que o treinador avisasse a Gustavo Nery que, depois de pedir para sair em um momento tão delicado, não seria mais utilizado no clube. A situação foi embaraçosa, o técnico tentou sair pela tangente, mas aquela foi mesmo a última partida do jogador no Tricolor.

9. CUCA vs FOSSATI

Cuca perdeu a cabeça com Jorge Fossati durante o jogo contra a LDU, no Morumbi, pela fase de grupos da Libertadores. Ele acertou uma bolada no rosto do uruguaio, que dirigia a equipe equatoriana naquela ocasião.

“Era um lateral para nós e o jogador deles ficou com a bola embaixo do braço do meu lado. Eu tirei a bola do jogador e, quando fui dar para o nosso bater, acabou o primeiro tempo. Ele veio do meu lado falando não sei o quê, eu bati com a bola no rosto dele e mereci ser expulso”, explicou Cuca, na coletiva pós-jogo.

A bronca de Cuca com Fossati não começou naquele dia. No Equador, o São Paulo perdeu por 3 a 0 para a LDU e o treinador ficou com a impressão de que o uruguaio o provocava ao comemorar os gols.

10. ELE SEMPRE QUIS VOLTAR

Cuca manteve contato com Juvenal Juvêncio e com diversos funcionários do São Paulo após deixar o clube. Alguns deles estão lá até hoje. Quem falou com o técnico depois da confirmação do retorno atesta o que foi dito por Raí e Leco na coletiva desta quinta-feira: ele está muito motivado, louco para começar a trabalhar. Ao longo dos anos de afastamento, Cuca comentou diversas vezes em papos informais que um dia retornaria ao Morumbi.

POR: Fellipe Lucena
FOTO: Divulgação

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