Lateral esquerdo volta de mais um empréstimo e mostra amadurecimento. Mas isso é suficiente para a grandeza do São Paulo?

Reinaldo é a síntese do futebol brasileiro dos últimos tempos. Não, não se trata de um texto criticando o lateral esquerdo que teve péssima passagem pelo São Paulo e boas atuações com as camisetas de Ponte Preta e Chapecoense. Nem mesmo seria justo pelo atual momento do atleta e do próprio Tricolor alguma crítica. Houve uma época em que tínhamos grandes elencos, excelentes times no país e a seleção não andava lá essas coisas, como em meados da década de 90, por exemplo.

A exceção atual é justamente a seleção brasileira comandada pelo técnico Tite. Com boas escolhas, esquema tático que vem funcionando, um jogador acima da média (Neymar) e ótimo controle de vestiário, o escrete canarinho se destaca e volta a ser protagonista, respeitado e candidato ao título na Rússia. Agora, entre os clubes nacionais, tirando o pessoal verde da capital paulista, forrado com dinheiro da patrocinadora, não existe ninguém superior aos demais.

É até batido dizer que nosso futebol está nivelado por baixo, mas é a realidade. Voltando ao São Paulo e ao Reinaldo, vemos claramente como o futebol está assim bem meia boca. Pois o esforçado Reinaldo depois de um jogo nota 6 já caiu nas graças de boa parte da torcida. Não foi raro ler de sábado para cá nas redes sociais “quem diria que o Reinaldo seria a solução”. Reinaldo é mesmo a solução ou andamos tão mal que já nos satisfazemos com tão pouco?

Se você que está lendo esse texto tem 15 ou 20 anos eu ainda entendo e dou um certo desconto. Suas referências não são lá muito aquém (ou além) do Reinaldo. Agora, se você beira os 40 como eu, ou tem mais do que isso, vamos concordar, quem viu a classe e a raça de Nelsinho (década de 80/90), a habilidade de Leonardo (década de 90), a técnica, ótima colocação e cruzamentos de Ronaldo Luís (década de 90), a velocidade supersônica de Serginho (90/2000), a qualidade de Júnior (2000) – só para citar alguns – não tem como se satisfazer com Reinaldo “nota 6”.

Volto a dizer, não é um texto para criticar o jogador que amadureceu com as passagens por outras equipes e pode sim ajudar no decorrer da temporada. É que a disparidade estratosférica entre Reinaldo e os citados não me permite ficar animado. Reinaldo é tão “mais ou menos” que até laterais medianos que passaram pelo Tricolor ao longo desses anos foram melhores que ele. Ou pelo menos irritaram menos o torcedor. Exemplos? Marcos Adriano (década de 90), Fábio Aurélio e Fábio Santos (ambos década de 2000) ou mesmo Álvaro Pereira (2014). Como antes, só para citar alguns.

Fato é que o futebol anda de um jeito que tem torcedor cobrando a titularidade e comemorando a atuação “nota 6” do esforçado Reinaldo contra o Botafogo de Ribeirão Preto. “Que faaaaase”, como diria Milton Leite! Boa sorte ao Reinaldo! Que continue jogando “6” e o Tricolor vencendo! Ah, e para encerrar, a culpa disso em grande parte é do técnico Dorival Junior, que entre outras coisas afirmou que não precisava de lateral direito. Ok, ele falou direito. Eu sei. Mas ele falou algo da lateral esquerda? Acho que nada. Então ele acha que a esquerda está bem, obrigado. Hoje no elenco temos Edimar, tão mais ou menos ou pior que Reinaldo e o Junior Tavares, que, chinelinho e entregada contra o time sem cor de Itaquera à parte, é muito melhor que os dois juntos. E na base tem o Liziero, que merece uma chance no time principal. Eu não estou satisfeito com os laterais do São Paulo. Você está?

Siga no Twitter: @RafaCedrall

FOTO: Gazeta Press

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