Jovem goleiro são-paulino vem chamando atenção e poderá ter chances no time no próximo ano

Em fase final e decisiva no campeonato brasileiro, dificilmente Perri jogará neste ano, mas tudo indica que o jovem goleiro participará de um revezamento no Paulistão de 2019, onde poderá mostrar seu trabalho, que é muito bem visto por companheiros de time, comissão técnica e setoristas do clube.

O goleiro de 20 anos, que é reserva de Sidão e Jean, foi multicampeão na base e sonha em um dia seguir os passos de Rogério Ceni, seu maior ídolo no futebol.

“A primeira pessoa que vi no CT foi o Rogério Ceni, que foi muito legal comigo. Ele me deu muitos conselhos nesse período. No ano seguinte, o Dênis fez uma cirurgia e fiquei treinando seis meses no profissional em 2015. Ali absorvi máximo que pude dele. No ano passado eu fui integrado ao profissional”, disse, em entrevista ao ESPN.com.br.

“Ele me deu muitas dicas e pedi para ele assinar uma luva para o meu pai, que é muito fã dele também. Foi nosso primeiro encontro. Ele me falou que a dedicação é o mais importante. O seu sucesso depende disso. Ele tinha esse conceito muito claro e passou para mim”, contou.

Aguardando sua chance no time profissional (que quase veio neste Brasileirão contra o Corinthans*), o jovem de 1,97m, jogou uma vez pelo Brasileiro de Aspirantes pelo time do Morumbi. O arqueiro possui contrato com o São Paulo até 2022.

* Na partida contra o Corinthians Sidão estava suspenso e Jean sentiu uma pancada no treino e virou dúvida, mas se recuperou e jogou. Perri ficou no banco.

Veja um vídeo com duas belas defesas de Perri durante treino do São Paulo:

Veja a entrevista completa com Lucas Perri:

ESPN – Como virou goleiro? Chegou a jogar na linha antes?
Perri – 
Eu nunca joguei na linha na minha vida. Como são-paulino eu gostava muito do Rogério Ceni, que é o meu ídolo. Comecei brincando em um time da minha cidade e tudo aconteceu naturalmente. Sempre quis ser goleiro e gostei da posição. Até porque eu era mais alto do que a média da minha idade. Nunca fui forçado para o gol, eu sempre quis.

ESPN – Quais as primeiras lembranças como torcedor?
Perri –
 As primeiras lembranças que tenho como torcedor foram na Libertadores de 2005. Tenho guardada na minha memória e comemorei muito. Foi uma campanha muito difícil, mas o time do São Paulo era uma máquina. Foi um ano inesquecível como torcedor.

ESPN – Como fã do Rogério a final do Mundial de Clubes foi ainda mais especial?
Perri –
 Demais! Era uma coisa absurda. O pessoal costuma lembrar só do jogo contra o Liverpool, mas a semifinal contra o Al Itihad foi muito difícil. Na final, o Liverpool vinha de muitos jogos em sofrer gols e era melhor time da Europa. O São Paulo fez um jogo cirúrgico e depois o Rogério Ceni fez tudo que podia naquele jogo.

ESPN – Como foram os primeiros na carreira?
Perri – 
Comecei com quatro anos jogando no gol e sério mesmo aos 11 anos. Tinha um pouco de mais de ideia do que gostaria de ser. Fui para um time da minha cidade, Valinhos, e me destaquei. Depois passei pelo Campinas, [clube que foi do ex-atacante Careca] e fui para a Ponte com 12 anos. Aos 15, fui para o São Paulo.

ESPN – Você já fez um gol de falta na carreira. Como foi?
Perri –
 Foi na Copa do Brasil Sub-17 quando estava na Ponte Preta. No segundo jogo das oitavas contra o Bahia a gente estava perdendo e precisava de um gol para ir para os pênaltis. Final de jogo e estava aquele desespero. Teve uma falta uns cinco passos à frente da minha área. Eu dei um lançamento longo para o nosso centroavante, mas a bola quicou e encobriu o goleiro! Fomos para a decisão por pênaltis, eu peguei uma cobrança e nos classificamos. Foi inesquecível. Fomos muito bem e só caímos para o Flamengo na semifinal.

ESPN – Você treina faltas? Pretende fazer gols como o Ceni?
Perri – 
Não treino. Fazer gol não é para mim (risos).

ESPN – Quando surgiu o São Paulo na tua vida?
Perri –
 Depois desta Copa do Brasil muito meninos da Ponte acabaram saindo. Chamei atenção do São Paulo que me procurou e deu tudo certo. A adaptação foi muito boa desde o começo. Foi um sonho que começou a se realizar. Evoluí muito. Fui morar nos alojamento de Cotia.

ESPN – Quando chegou ao São Paulo você pulou rápido de categoria…
Perri – 
Eu cheguei com 15 anos e fui direto ao Sub-20 treinar com o Carlos Gallo. Consegui me adaptar muito rápido. Cheguei em setembro e fui para a Copa São Paulo no ano seguinte como reserva. O limite da competição era para nascidos em 94 e eu sou de 97! No ano seguinte eu tinha uma perspectiva muito boa para jogar, mas machuquei o joelho. Tive que fazer uma operação e fiquei seis meses parado, mas graças a deus ele ficou 100%. Assim que voltei eu comecei a jogar e não parei de evoluir.

ESPN – Como foi ser treinado pelo Carlos Gallo, que foi goleiro titular da Copa do Mundo de 86, e jogou por clubes grandes?
Perri – Ele está ente os melhores goleiros da história. Ninguém tem 3 Copas do Mundo à toa. Eu tenho ele como um guru. Ele saiu do São Paulo e gente não se fala tanto, mas tento pensar no que ele falaria para mim, que conselho ele me daria em alguma situação. Fiquei muito tempo sendo treinado por ele na base e no profissional. Eu tenho uma influência muito grande dele. Grande parte do goleiro que sou hoje eu devo à ele.

ESPN – Quais os maiores ensimentos que ele te passou?
Perri – 
O que me surpreendia muito nele é o quão aberto ele era para escutar. Ele não precisava me escutar, mas conversou muito comigo, aceitava as minhas opiniões e gostava de falar muito sobre a profissão. É um apaixonado pela posição assim como eu sou. Às vezes ficávamos três horas falando sobre assuntos de goleiros. Ele me deu bastante força.

ESPN – Quais os momentos mais marcantes para você na base do São Paulo?
Perri – 
Venci duas Copas do Brasil, Paulista e Libertadores. A Libertadores foi muito complicada a campanha, a gente foi muito guerreiro. Foi uma conquista não somente na técnica, mas tivemos muita garra e persistência. Na Libertadores com cinco minutos perdemos um jogador contra o Libertad, do Paraguai. Tomamos muita pressão, saímos perdendo e o Araújo empatou. Tínhamos que segurar esse resultado e no segundo tempo foi um bombardeio. Foi uma das melhores atuações da minha carreira. Fiz uma defesa na cara do atacante no finalzinho. Depois disso, passamos de fase e fomos campeões.

ESPN – Você fez parte de um grupo que ganhou quase tudo na base…
Perri – 
Nossa geração do Sub-20 venceu muitos títulos e todos estão muito bem. Joguei com Lucas Fernandes, David Neres, Luis Araújo, Liziero, Eder Militão, Shaylon, Caíque, Araruna, Junior Tavares… É um time que daqui cinco anos quando todos atingirem o potencial será um absurdo (risos).

ESPN – Como foi a primeira vez que subiu aos profissionais?
Perri – 
Foi a realização de um sonho. Foi em 2014, tinha 16 anos e fui chamado para completar o treino do profissional. A primeira pessoa que vi no CT foi o Rogério Ceni, que foi muito legal comigo. Ele me deu muitos conselhos nesse período. No ano seguinte, o Dênis fez uma cirurgia e fiquei treinando seis meses no profissional em 2015. Ali absorvi máximo que pude dele. No ano passado eu fui integrado ao profissional.

ESPN – E como foi esse primeiro encontro com o Ceni? Que conselhos ele te deu?
Perri – 
Ele me deu muitas dicas e pedi para ele assinar uma luva para o meu pai, que é muito fã dele também. Foi nosso primeiro encontro. Ele me falou que a dedicação é o mais importante. O seu sucesso depende disso. Ele tinha esse conceito muito claro e passou para mim.

ESPN – Você já foi chamado para seleções de base. Ainda sonha com a Olimpíada de 2020?
Perri –
 Desde o Sub-17 eu fui convocado para vários torneios da seleção. Foi uma experiência muito boa e fui reconhecido como um jogador de seleção para o desenvolvimento. Você ganha muita experiência com isso. Eu tenho idade olímpica e é um sonho. A Olimpíada está um pouco distante ainda, mas tem muita coisa pra acontecer.

ESPN – Você treina muito o jogo com os pés?
Perri – 
É algo muito importante. De alguns anos para cá essa participação aumentou demais. Sempre gostei muito de jogar com os pés. Gosto de ajudar os zagueiros na construção das jogadas, sair jogando e armar os contra-ataques. O goleiro está inserido no modelo de jogo. Não é mais aquele cara que só defende e pronto. Ele tem que participar, estar ligado no jogo inteiro, fazer cobertura, ajudar ao time a sair jogando, dar opção e ajudar a solucionar os problemas.

ESPN – Quais goleiros da Europa você admira?
Perri –
 Eu gosto muito dos goleiros alemães. Eu gostava muito do Oliver Kahn, que era de uma geração que não tinha tanta necessidade de jogar com os pés. Essa nova geração de goleiros alemães jogam demais com os pés. Eles têm uma capacidade gigante de resolver problemas. Gosto muito do Neuer e Ter Stegen. Também gosto muito do Kasper Schmeichel e do pai dele, o Peter Schmeichel. Eu não o vi jogar, mas vejo muitos vídeos dele na internet. Estudo muito sobre goleiros e gosto muito de fazer isso. Estudo os movimentos desse goleiros para trazer para o meu arsenal.

ESPN – Você faz faculdade?
Perri – 
Eu terminei o ensino médio e estou começando a escolher um curso para fazer faculdade. Ainda não defini. Tem educação física é uma das opções, mas gosto muito da parte de economia, finanças, administração

ESPN – Quais seus maiores sonhos hoje?
Perri – 
Meu primeiro objetivo é evoluir. Quero desenvolver meu pelo potencial. Ter oportunidades, esperar, trabalhar e ficar muito bem preparado para quando ela chegar eu estar muito bem preparado e dar conta do recado. Estou muito focado e treinando muito bem e me dedicando. Coloco nas mãos de Deus que quando for a hora tudo vai acontecer.

ESPN – Neste ano saíram notícias de que a Fiorentina foi atrás de você. Chegou algo de concreto? Por que decidiu permanecer?
Perri 
– Meu sonho é jogar no São Paulo. Essa parte de propostas eu deixo para os meus empresários e procuro nem saber. Meu foco é só os treinamentos. Estou bem tranquilo e focado em evoluir aqui e com a cabeça muito boa.

FOTO: Divulgação

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